Os jovens expressam de forma mais clara a necessidade de equilíbrio entre vida pessoal e profissional FOTO: Agência Brasil

A ideia de que os jovens profissionais não têm compromisso com o trabalho está sendo questionada por especialistas do setor. Para Bettina Schaller, presidente da World Employment Confederation, o que muitos chamam de “falta de vontade” é, na verdade, uma mudança profunda de valores impulsionada pela pandemia da covid-19.

Segundo ela, todas as gerações foram impactadas, mas os jovens expressam de forma mais clara a necessidade de equilíbrio entre vida pessoal e profissional. “O trabalho deixou de ser o centro da vida para muita gente”, afirmou durante conferência em Riad, na Arábia Saudita.

Schaller destaca que os jovens querem, sim, trabalhar e causar impacto, mas exigem condições mais alinhadas com saúde mental, aprendizado contínuo e propósito. A especialista afirma que o problema não está na motivação, e sim na distância entre as habilidades adquiridas pelos jovens e as demandas do mercado.

Outro obstáculo, segundo ela, é o “paradoxo da experiência”: empresas exigem vivência prévia até para vagas iniciais. Nesse cenário, agências de emprego e empresas de recrutamento têm papel essencial ao conectar novos talentos ao mercado e facilitar a transição entre estudo e trabalho.

Para Schaller, o mundo do trabalho precisa mudar sua cultura se quiser atrair e manter os profissionais do futuro: com mais flexibilidade, bem-estar e menos rigidez.