Transição verde
Nova plataforma digital mira empreendedorismo climático no Brasil
Por Anchieta Dantas Jr. - Em 09/05/2025 às 6:05 AM

A Plataforma Empreender Clima foi lançada n0 segundo dia da 5ª Conferência Nacional do Meio Ambiente (CNMA), em Brasília Foto; Duda Rodrigues/Sebrae
Durante a 5ª Conferência Nacional do Meio Ambiente, realizada em Brasília, foi apresentada a Plataforma Empreender Clima — iniciativa voltada a capacitar pequenos empreendedores para atuarem no segmento de negócios sustentáveis, com foco em mitigação e adaptação às mudanças climáticas.
Fruto de um acordo entre Sebrae, Ministério do Empreendedorismo (MEMP), OEI e BNDES, a ferramenta tem o objetivo de fortalecer o chamado empreendedorismo climático, além de mapear esse ecossistema emergente. A proposta é clara: aproximar os donos de micro e pequenas empresas de oportunidades que hoje parecem distantes, como o acesso a financiamentos verdes, incluindo o Fundo Clima.
“Queremos que os negócios já nasçam sustentáveis e criativos”, afirmou Cynthia Uchoa, analista de Políticas Públicas do Sebrae Nacional, ao destacar a importância da atuação conjunta das instituições envolvidas.
Do discurso à prática
Representantes do MEMP, BNDES e OEI também participaram do painel que marcou o lançamento da plataforma. Renato Ferreira, assessor especial do Ministério, apontou que muitos pequenos empreendedores compreendem os efeitos das mudanças climáticas — sentem o impacto direto de eventos extremos —, mas ainda têm dificuldades para se engajar em estratégias de mitigação.
Na prática, a plataforma visa preencher esse vazio, oferecendo capacitações, conteúdos personalizados e apoio técnico para elaboração de projetos. A ideia é democratizar o acesso a recursos e preparar os pequenos para as exigências do mercado sustentável.
Segundo Camila Costa, do BNDES, o Fundo Clima quintuplicou de tamanho entre 2023 e 2024, alcançando R$ 11,2 bilhões. “O desafio agora é fazer esses recursos chegarem aos pequenos e médios negócios”, afirmou.
Do Mato Grosso à agrofloresta
A plataforma causou impacto imediato entre participantes da conferência, como a empreendedora Tânia Niclotte, que atua com consultoria ESG no Mato Grosso. “Foi a primeira vez que me vi como uma empreendedora climática. Essa ferramenta vai me ajudar a crescer e buscar apoio para projetos que eu já toco sozinha”, disse.
Durante oficina promovida pelo Sebrae, outros relatos ilustraram como eventos climáticos afetam diretamente a realidade de pequenos negócios no país. A cabeleireira Gilmara dos Santos, do Distrito Federal, contou ter perdido atendimentos por alagamentos e enfrentado dificuldades operacionais com o calor extremo.
Já o produtor rural Giliarde Mendes compartilhou como adaptou sua produção agrícola às altas temperaturas com técnicas sustentáveis como agrofloresta e compostos orgânicos de baixo custo.
As contribuições colhidas ao longo do evento servirão de base para um documento técnico que deve orientar novas políticas públicas voltadas ao empreendedorismo de impacto climático.
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