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Nova tributação impulsiona antecipação bilionária de dividendos no mercado brasileiro

Por Redação - Em 28/11/2025 às 5:54 PM

Dinheiro, Cédulas De Real

Itaú, Vale, Allos, Marcopolo, Vulcabras e Azzas 2154 divulgaram, nas últimas semanas, pagamentos que somam R$ 42,2 bilhões

A aprovação da reforma do Imposto de Renda acelerou uma movimentação intensa entre companhias listadas no país. Com a criação da alíquota de 10% de IR na fonte para dividendos mensais acima de R$ 50 mil a pessoas físicas, empresas estão antecipando anúncios de distribuição para aproveitar a isenção válida para lucros apurados até 31 de dezembro de 2025, mesmo que pagos até 2028.

De acordo com análise da XP Investimentos, a corrida já começou: Itaú, Vale, Allos, Marcopolo, Vulcabras e Azzas 2154 divulgaram, nas últimas semanas, pagamentos que somam R$ 42,2 bilhões. O movimento tende a se intensificar, já que companhias buscam garantir que os dividendos referentes aos próximos trimestres entrem na regra de isenção antes do início da nova tributação.

A XP projeta três cenários para os próximos meses. Dependendo do ritmo das companhias, o valor antecipado pode variar de R$ 42 bilhões a R$ 85 bilhões. A estimativa considera lucros retidos e reservas que somam aproximadamente R$ 170 bilhões.

A avaliação da equipe de estratégia da XP indica que, mesmo uma distribuição parcial desse montante — entre 25% e 50% — traria dividend yields entre 6,8% e 13,5%, estimulando o interesse de acionistas e gestores.

A discussão no Senado sobre ampliar o prazo para aprovação dos dividendos até abril de 2026 ainda não avançou na Comissão de Assuntos Econômicos, o que reforça a urgência das empresas em antecipar decisões.

Setores com maior potencial

Ao analisar a capacidade de distribuição de dividendos das empresas sob sua cobertura, a XP estima que o potencial total, caso todas utilizassem suas reservas integralmente, chegaria a R$ 614,8 bilhões — um dividend yield teórico de 22,1%. Os setores de commodities e defensivos se destacam, com potenciais yields de 27,3% e 29,0%, respectivamente.

A corretora também listou 25 empresas com maior probabilidade de antecipar dividendos, considerando fatores como: alavancagem projetada para 2025 abaixo de 2 vezes; payout previsto positivo; histórico consistente de distribuições; reservas suficientes para um yield mínimo de 10%; e avaliação setorial indicando probabilidade média ou alta de antecipação.

Nesse grupo, a capacidade agregada de distribuição é estimada em R$ 170,3 bilhões, com alavancagem combinada enxuta — 0,5 vez de Dívida Líquida/Ebitda em 2025.

Com a proximidade da nova tributação, investidores e companhias se preparam para um dos temas que devem dominar o mercado de capitais até o fim de 2025: a estratégia de antecipação de dividendos.

Para a XP, o processo tende a ganhar força à medida que empresas ajustam seus calendários para maximizar a eficiência tributária e aproveitar a janela final de isenção.

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