PROTEÇÃO DE RECURSOS
Nova tributação sobre altas rendas vai exigir estratégias patrimoniais no Brasil
Por Marcelo Cabral - Em 13/10/2025 às 12:17 PM
A aprovação pela Câmara dos Deputados, do Projeto de Lei nº 1.087/2025, representa um marco para famílias e empresários que buscam preservar e estruturar seu patrimônio de forma eficiente. A proposta – que segue agora para análise do Senado -, amplia a faixa de isenção do Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF), ao mesmo tempo em que introduz um modelo de tributação progressiva sobre dividendos e rendas elevadas, com vigência prevista para janeiro de 2026.

Mariana Gonzalez alerta para o planejamento Foto: Divulgação
A medida tem dois efeitos centrais: alivia a carga tributária para contribuintes com renda mensal de até R$ 5 mil, mas muda significativamente o ambiente fiscal para executivos, empresários e famílias com maior volume de ativos no Brasil. Por esse motivo, se faz necessária uma revisão rápida e profunda sobre as estratégias de distribuição e proteção de recursos.
Principais mudanças a serem implementadas
Faixa de isenção ampliada – Rendimentos mensais de até R$ 5.000,00 ficam livres de IR. Para quem recebe até R$ 7.350,00 haverá desconto parcial.
Altas rendas – Contribuintes com ganhos acima de R$ 50 mil por mês (ou R$ 600 mil anuais) passam a ser enquadrados em um sistema progressivo, cuja alíquota máxima chegará a 10% para rendas superiores a R$ 1,2 milhão ao ano.
Tributação sobre dividendos – Distribuições que excedam R$ 50 mil mensais serão tributadas em 10% na fonte, com possibilidade de compensação na declaração anual. Dividendos deliberados até 31 de dezembro de 2025 permanecerão isentos, mesmo que pagos até 2028.
Planejamento ganha protagonismo
Para especialistas em gestão patrimonial, o novo modelo fiscal exige uma postura proativa.
“Famílias sem um plano estruturado podem ser surpreendidas por um aumento expressivo da carga tributária, comprometendo a rentabilidade e, em casos mais extremos, a preservação do patrimônio ao longo do tempo”, alerta Mariana Gonzalez, planejadora financeira CFP® da Monte Bravo.
Segundo ela, a aprovação do PL inaugura um novo cenário para holdings familiares, políticas de distribuição de lucros e estratégias de investimento. A especialista recomenda antecipar a deliberação de dividendos, revisar a diversificação de carteiras e reavaliar veículos de proteção patrimonial.
“Quem deixar para agir em 2026 poderá enfrentar custos mais altos e menor margem de manobra”, observa a especialista.
Sucessão e continuidade em risco
O impacto não se restringe apenas à tributação. Famílias que ainda não implementaram um planejamento sucessório sólido podem ver suas margens comprimidas e seus processos de transição de patrimônio fragilizados. “Planejar agora não é apenas uma questão fiscal, mas de continuidade. Famílias que não se anteciparem correm o risco de comprometer a preservação do legado entre gerações”, reforça.
O projeto segue para o Senado e, se aprovado, deve ser sancionado até o fim deste ano. As novas regras entram em vigor em janeiro de 2026, com efeitos práticos na declaração do IR a ser entregue em 2027. A recomendação é clara – revisar imediatamente estruturas patrimoniais e estratégias de distribuição de lucros. “Nesse novo ambiente tributário, quem se preparar terá mais eficiência; quem não agir a tempo poderá ver o patrimônio se diluir mais rápido do que imagina”, conclui Mariana Gonzalez.
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