Trump defende que a medida abrirá espaço para trabalhadores norte-americanos e reduzirá pressões sobre salários

A decisão do governo Trump de criar uma taxa de US$ 100 mil para novos pedidos de visto H-1B provocou forte reação no setor de tecnologia dos Estados Unidos. Empresas e investidores avaliam que o alto custo pode levar à transferência de empregos para outros países, principalmente Índia, onde grandes companhias já instalam centros de inovação.

Embora o presidente Donald Trump defenda que a medida abrirá espaço para trabalhadores norte-americanos e reduzirá pressões sobre salários, executivos e especialistas afirmam que a política tem efeito contrário ao desejado. Segundo eles, companhias podem cortar contratações de estrangeiros ou terceirizar parte da força de trabalho. Startups, mais sensíveis a custos, seriam as mais afetadas.

De acordo com a Pew Research, cerca de 141 mil pedidos de visto H-1B foram aprovados em 2024, com destaque para o setor de informática. Antes da mudança, o processo custava alguns milhares de dólares aos empregadores. Agora, advogados e empresários dizem que o valor elevado ameaça a competitividade das companhias menores, que não conseguem concorrer com gigantes do setor.

A medida também gera preocupação quanto ao impacto na inovação. Relatório da National Foundation for American Policy mostra que mais da metade das startups americanas avaliadas em mais de US$ 1 bilhão têm fundadores imigrantes. Analistas alertam que restringir a entrada de profissionais qualificados pode comprometer a criação de novas empresas e reduzir a atração de talentos globais.

Advogados de imigração avaliam que a taxa poderá ser contestada na Justiça por exceder o que foi autorizado pelo Congresso. Até lá, cresce o temor de um “êxodo intelectual”, caso especialistas estrangeiros deixem de escolher os EUA como destino profissional.