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ONS reacende debate sobre retorno do horário de verão no Brasil

Por Anchieta Dantas Jr. - Em 19/05/2025 às 2:01 PM

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Atraso em tempo de resposta foi causa de apagão, diz diretor do ONS Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) reacendeu o debate sobre a volta do horário de verão no Brasil. A proposta foi apresentada pelo diretor-geral do órgão, Márcio Rea, durante reunião do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico, realizada no último dia 14. O argumento é direto: o país pode enfrentar um colapso energético se nada for feito para conter a sobrecarga entre 18h e 19h, faixa de consumo crítico em que a energia solar perde eficiência e a demanda dispara.

A medida, extinta em 2019, ganha força em meio a uma combinação preocupante: estiagem prolongada, reservatórios em baixa — especialmente no Sul — e cancelamento do leilão de reserva de capacidade, que previa contratação de usinas térmicas para reforçar a geração a partir de setembro.

Segundo Rea, o retorno do horário de verão — em vigor no Brasil por quase nove décadas — é uma alternativa de impacto rápido e baixo custo para aliviar o sistema. No entanto, a decisão não é técnica, mas política. Cabe ao Ministério de Minas e Energia e, em última instância, ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Sinais de alerta

Além da possível reedição do horário especial, o ONS também sugeriu a ativação de térmicas e a antecipação do despacho de algumas usinas, ações com custo elevado e impacto ambiental significativo. O temor é que, sem esses ajustes, o sistema entre em colapso durante os próximos verões.

O tema já havia voltado ao centro das discussões em 2023, quando o país enfrentou a maior seca dos últimos 70 anos. Agora, o tom é de urgência. “Estamos diante de um cenário de risco estrutural”, afirmou Rea, ao justificar a proposta de retomada da medida criada em 1931, durante o governo Getúlio Vargas. (Com informações do Correio Brasiliense)

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