Economistas afirmam que as medidas elevam o custo do capital no país, sobretudo pelo aumento da tributação sobre o setor financeiro e os rendimentos de títulos de renda fixa

O pacote econômico apresentado pelo ministro Fernando Haddad, como alternativa ao aumento do Imposto Sobre Transações Financeiras (IOF), recebeu duras críticas de entidades, especialistas e representantes do setor privado. Os principais pontos apontados são o impacto negativo no crédito e o possível aumento nos preços para consumidores.

Economistas afirmam que as medidas elevam o custo do capital no país, sobretudo pelo aumento da tributação sobre o setor financeiro e os rendimentos de títulos de renda fixa, que atualmente são isentos. Segundo analistas, a falta de reformas estruturais e cortes de gastos limita a eficácia do pacote na solução do problema fiscal.

O setor imobiliário também demonstra preocupação. O presidente da Associação Brasileira das Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc), Luiz França, alerta que a tributação sobre Letras de Crédito Imobiliário (LCIs) pode elevar a taxa de juros dos financiamentos, encarecendo as prestações para a classe média e reduzindo a procura por imóveis.

Por sua vez, a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) teme uma redução dos recursos para habitação e destaca a necessidade de ações que promovam eficiência nos gastos públicos, sem onerar excessivamente a população, principalmente diante do déficit habitacional estimado em 7 milhões de moradias.

A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) também manifestou preocupação com a tributação de LCIs e Letras de Crédito do Agronegócio (LCAs), alertando para o risco de repasse dos custos aos consumidores, elevando os preços dos alimentos. As medidas propostas ainda dependem de aprovação do Congresso Nacional.