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Paramount desafia Netflix e lança oferta hostil pela Warner Bros.

Por Redação - Em 09/12/2025 às 10:11 AM

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A operação, se confirmada, só poderá avançar após a separação dos canais de TV da Warner, prevista para o terceiro trimestre de 2026

A disputa pelo controle da Warner Bros. ganhou um novo capítulo nessa segunda-feira (8). A Paramount apresentou uma oferta hostil para adquirir a companhia, aumentando significativamente a pressão sobre o acordo anunciado pela Netflix na semana passada. A proposta eleva em cerca de US$ 18 bilhões o valor ofertado pela rival e estabelece um preço de US$ 30 por ação, superior aos US$ 27,75 oferecidos anteriormente.

A Paramount argumenta que a proposta da Netflix entrega menos valor aos acionistas e abre espaço para um processo regulatório mais longo e incerto, sobretudo diante das recentes declarações do presidente Donald Trump, que sinalizou preocupação com potenciais impactos concorrenciais no mercado de streaming.

A ofensiva é liderada por David Ellison, que assumiu a Paramount em agosto, com apoio financeiro de seu pai, Larry Ellison. O histórico reforça a estratégia agressiva da família, que já havia se posicionado como favorita em tentativas anteriores de adquirir a Warner Bros., embora a empresa tenha optado pela oferta inicial da Netflix.

A operação, se confirmada, só poderá avançar após a separação dos canais de TV da Warner, prevista para o terceiro trimestre de 2026. Especialistas apontam que o negócio enfrentará forte escrutínio regulatório. A Netflix é líder global em streaming, enquanto o HBO Max ocupa a quarta posição, combinação que pode levantar alertas antitruste.

A disputa também virou assunto político. Informações da imprensa americana dizem que representantes do governo Trump já manifestaram resistência à compra pela Netflix. David Ellison esteve em Washington na última semana buscando apoio junto a autoridades e parlamentares. Apesar disso, qualquer decisão caberá à Comissão Federal de Comércio (FTC).

Entidades do setor de entretenimento também reagiram. O Sindicato dos Roteiristas afirmou que a fusão deve ser barrada, citando risco de redução de empregos e menor demanda por produções. Outras associações de Hollywood indicaram preocupações semelhantes, enquanto analistas da Morningstar avaliam que a aprovação tem chances equilibradas, estimadas em 50%.

Mesmo com a disputa acirrada, a Netflix reforçou confiança na operação em teleconferência com investidores. A empresa afirmou que seguirá cooperando com os reguladores e destacou ter condições financeiras para enfrentar eventuais desafios. O acordo prevê multa de US$ 5,8 bilhões caso a compra seja rejeitada, valor que a Warner receberia em caso de descumprimento.

No setor, a leitura é de que a batalha está longe do fim. A entrada da Paramount no jogo eleva os custos e prolonga um processo já complexo, reacendendo o debate sobre concentração de mercado e o futuro dos grandes estúdios em meio à transformação acelerada da indústria do entretenimento.

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