Conhecido por suas praias paradisíacas e pela riqueza cultural, o Nordeste brasileiro também se firma como protagonista na geração de energia limpa e na vanguarda da produção de Hidrogênio Verde (H²V). Nesse cenário, o Complexo do Industrial e Portuário do Pecém, localizado em São Gonçalo do Amarante, a cerca de 50 quilômetros de Fortaleza, desponta como um dos centros mais promissores do Brasil, combinando movimentação portuária robusta, sustentabilidade e inovação tecnológica.

Porto do Pecém é uma das grandes estruturas existentes no complexo        Foto: Douglas Filho/Portal IN

O equipamento prepara-se para receber projetos de produção de Hidrogênio Verde, combustível obtido por meio da eletrólise da água com energia proveniente de fontes renováveis, como a solar e a eólica. O presidente do complexo, Max Quintino, destacou a dimensão estratégica da iniciativa. “Que posiciona o Ceará como um líder global na produção de combustíveis limpos”, afirma. Ele ressaltou, ainda, a importância das parcerias no setor de renováveis, como a realizada com a Casa dos Ventos, empresa nacional que atua no desenvolvimento e operação de projetos eólicos e solares.

O executivo adiantou planos ambiciosos para os próximos anos, como a instalação do maior data center da América Latina – que receberá na sua primeira fase de implantação um investimento de mais de US$ 50 bilhões -, com o objetivo de atrair gigantes da tecnologia. Além da construção de uma planta de amônia verde – projeto que utilizará vento e sol para produzir Hidrogênio Verde e convertê-lo em combustível sustentável, contribuindo para a descarbonização em escala global.

Expansão logística e portuária

Max Quintino também citou o plano de expansão da infraestrutura do terminal portuário, que prevê a ampliação do píer 2, a modernização do Terminal de Múltiplas de Utilidades (Tmut), além da implantação do berço 11 e de um berço de acostagem destinado à movimentação de grandes cargas e insumos ligados à cadeia produtiva do Hidrogênio Verde.

A performance logística do Pecém também impressiona. Em 2024, o porto movimentou 23 milhões de toneladas de cargas, resultado que deverá se repetir em 2025, com destaque para o avanço do fluxo de contêineres e de granéis sólidos. Inclusive, recentemente foi implantada a nova rota para a Ásia, com escalas nos portos de Busan, Qingdao, Shanghai, Ningbo, Yantian e Singapura.

A cabotagem – transporte marítimo entre portos nacionais – vem crescendo de forma contínua. Graças à força da agricultura, o Porto do Pecém consolidou-se como um Hub de distribuição de frutas frescas – como melão, uva e manga -, produzidas no Ceará e no Vale do São Francisco, abastecendo tanto o mercado interno quanto destinos internacionais. Além do setor agrícola, o porto mantém relevância na exportação de minério de ferro, ferro e placas de aço da siderúrgica instalada no Complexo do Pecém.

Apoio do Governo Federal

O titular do Ministério de Portos e Aeroportos (MPor), Silvio Costa Filho, ressaltou a importância estratégica do investimento em infraestrutura portuária, especialmente em obras de dragagem que permitem a atracação de embarcações de maior porte. “São mais produtos que podem ser movimentados e a economia sendo impulsionada. São empregos sendo gerados e a população com mais dinheiro para aproveitar em família”, disse.