INVESTIDORES
Pressões reduzem dividendos da Petrobras em 2025 e abrem incertezas para próximos anos
Por Redação - Em 01/10/2025 às 9:13 AM

Apesar da redução dos dividendos em relação ao ano passado, analistas apontam que a Petrobras segue competitiva FOTO: Agência Brasil
A Petrobras enfrenta um cenário desafiador em 2025 que já impacta a distribuição de dividendos e pode redefinir a política de remuneração aos acionistas no médio prazo. A queda no preço do petróleo, o aumento dos investimentos e o ambiente político compõem o quadro de incertezas para a estatal.
O barril do Brent acumula queda de 12% neste ano, negociado na faixa de US$ 66, após a Opep+ ampliar a oferta da commodity. Segundo relatório do BTG Pactual, a tendência é de excesso de oferta e preços pressionados, com a geopolítica atuando como único fator de sustentação no curto prazo.
Nos primeiros trimestres de 2025, a Petrobras desembolsou US$ 8,4 bilhões em capex, o equivalente a R$ 23,1 bilhões no 2º trimestre, valor superior às estimativas de mercado. Especialistas avaliam que esse ritmo de investimentos, embora necessário para projetos de exploração, produção e refino, reduz a capacidade de distribuição de dividendos. A empresa deve apresentar em novembro o plano de negócios 2026–2030, que prevê corte de custos de US$ 8 bilhões em cinco anos, o que pode aliviar a pressão sobre os proventos.
Expectativas
Para o segundo semestre, a previsão é de distribuição de R$ 1,56 por ação em proventos, sendo R$ 1,05 em juros sobre capital próprio e R$ 0,50 em dividendos. Isso representa um dividend yield de 4,9% no período. No acumulado de 2025, a taxa deve ficar em torno de 10%, abaixo dos 20% registrados em 2024, quando a Petrobras distribuiu R$ 84 bilhões. Analistas não esperam dividendos extraordinários até o fim do ano.
Impacto das eleições de 2026
O cenário político também é visto como determinante. Em caso de continuidade da atual linha de governo, a expectativa é de manutenção de investimentos elevados, com dividend yield próximo de 9% ao ano. Já uma mudança de gestão poderia levar a menor capex, venda de ativos e despesas mais controladas, o que abriria espaço para pagamentos maiores, estimados em até US$ 10 bilhões anuais, com yield perto de 12%.
Atratividade para investidores
Apesar da redução dos dividendos em relação ao ano passado, analistas apontam que a Petrobras segue competitiva. A estatal negocia com múltiplos considerados atrativos em comparação a pares internacionais e deve manter retorno próximo de 10% ao ano aos acionistas, mesmo em um ambiente de petróleo mais fraco. Para investidores de longo prazo, a combinação de dividendos relevantes com potencial de valorização do papel em caso de melhora do setor ainda sustenta a tese de investimento.
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