INVESTIMENTO

Previdência complementar perde fôlego e soma R$ 3,1 bilhões de saída líquida

Por Redação - Em 25/08/2025 às 11:19 AM

Dinheiro, Real Moeda Brasileira

No mês, prêmios e contribuições totalizaram R$ 8,2 bilhões, queda de 44,9% em comparação ao mesmo período do ano anterior

O mercado de previdência complementar aberta registrou em junho um saldo negativo de R$ 3,1 bilhões, segundo dados divulgados pela Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (Fenaprevi). O resultado representa retração de 170,8% em relação a junho de 2024, quando o setor havia registrado ingresso líquido de R$ 4,4 bilhões.

No mês, prêmios e contribuições totalizaram R$ 8,2 bilhões, queda de 44,9% em comparação ao mesmo período do ano anterior. Já os resgates somaram R$ 11,4 bilhões, alta de 7,6%. Atualmente, há cerca de 13,6 milhões de planos ativos no país, dos quais 62% são VGBL, 23% PGBL e o restante corresponde a modalidades tradicionais.

O presidente da Fenaprevi, Edson Franco, atribuiu a reversão do fluxo ao impacto da cobrança de IOF sobre o VGBL. Segundo ele, a medida trouxe insegurança regulatória e afetou diretamente o volume de novos aportes. Franco defende que o tributo seja revogado, argumentando que o produto é um dos mais inclusivos para ampliar a proteção previdenciária em um cenário de envelhecimento populacional.

Um decreto editado em maio estabeleceu cobrança de 5% de IOF sobre aportes acima de R$ 300 mil por seguradora em 2025 e de R$ 600 mil a partir de 2026, considerando a soma em diferentes instituições. A norma chegou a ser suspensa pelo Congresso, mas foi restituída em julho por decisão do ministro Alexandre de Moraes, do STF.

Especialistas apontam que a mudança forçou investidores a rever estratégias. Para Camila Iensen, da Monte Bravo, clientes passaram a dividir recursos entre seguradoras e buscar alternativas como seguros individuais. Já Amâncio Paladino, da XP, calcula que a tributação pode levar mais de seis anos para ser compensada pelo rendimento, o que desestimula aportes de maior porte.

Além disso, a ausência de integração de dados entre instituições traz dúvidas sobre como será o controle dos limites a partir de 2026. Para Gleisson Rubin, da MAG, o desafio regulatório ainda é grande, e a continuidade do IOF pode reduzir o alcance da previdência aberta como instrumento de poupança de longo prazo.

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