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Projeto Sertão Vivo aplicará R$ 1,7 bi para desenvolver agricultura familiar do Nordeste

Por Redação - Em 24/10/2023 às 2:39 PM

Sertão Vivo Projeto De R$1,7 Bi Vai Desenvolver Agricultura Familiar Do Nordeste

Lançamento do projeto ocorreu nesta terça-feira, durante cerimônia realizada no Palácio do Planalto

Cerca de 1,8 milhão de pessoas – ou 439 mil famílias – de todos os estados do Nordeste deverão ser impactadas com as ações do Projeto Sertão Vivo, Semeando Resiliência Climática em Comunidades Rurais no Nordeste, lançado nesta terça-feira (24) pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante. A iniciativa prevê a aplicação de R$ 1,775 bilhão na região para fortalecer fortalecer a agricultura familiar, aumentar a produtividade e tornar o semiárido nordestino uma referência para a agricultura sustentável. O Ceará receberá o segundo maior volume de recursos: R$ 252 milhões, beneficiando 63 mil famílias.

“Não é só um projeto social. É um projeto estratégico para o Brasil. Estamos beneficiando um milhão e 800 mil pessoas, que vão melhorar de vida, aprender, isso vai para dentro das escolas também. Vamos dar um salto de qualidade histórico”, afirmou Aloizio Mercadante durante a solenidade de lançamento da iniciativa, realizada no Palácio do Planalto. Conforme o presidente do BNDES, o banco responderá por R$ 1 bilhão dos recursos previstos para o projeto, que contará ainda com aportes do Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA), agência das Nações Unidas, e do Fundo Verde para o Clima, também ligado às Nações Unidas.

Para que os objetivos sejam atingidos, as estratégias previstas no programa são: aumentar a resiliência das comunidades rurais do Semiárido do Nordeste brasileiro; adotar tecnologias de captação, armazenamento e reuso da água; diversificar a produção agrícola com aumento da produtividade e restauração de biomas e aumentar a capacidade de resistir a catástrofes provocadas por mudanças climáticas e reduzir a emissão de gases de efeito estufa.

Foram anunciados os valores repassados para os nove estados do Nordeste, determinados de acordo com quatro critérios – pobreza rural, vulnerabilidade climática, insegurança alimentar e disponibilidade hídrica. Inicialmente, quatro estados seriam contemplados, mas, com a ampliação dos investimentos próprios do BNDES no projeto, todos da região receberão o programa.

Bahia
R$ 299 milhões, com 75 mil famílias beneficiadas

Ceará
R$ 252 milhões, com 63 mil famílias beneficiadas

Rio Grande do Norte
R$ 150 milhões, com 38 mil famílias beneficiadas

Pernambuco
R$ 299 milhões, com 75 mil famílias beneficiadas

Alagoas
R$ 150 milhões, com 38 mil famílias beneficiadas

Maranhão
R$ 150 milhões, com 38 mil famílias beneficiadas

Paraíba
R$ 150 milhões, com 38 mil famílias beneficiadas

Sergipe
R$ 150 milhões, com 38 mil famílias beneficiadas

Projeto estratégico

A diretora socioambiental do BNDES, Tereza Campello, avalia que o projeto é inovador por contemplar três prioridades do governo. “É estratégico por vários motivos. O primeiro deles é porque consegue unificar três principais desafios que estão colocados para o Brasil e para o mundo, que é o enfrentamento da pobreza, o enfrentamento às mudanças climáticas e, também, a produção de alimentos saudáveis e sustentáveis”, afirmou.

A diretora ressaltou que 75% dos beneficiários são do Cadastro Único (CadÚnico) e que a região Nordeste é um dos territórios mais afetados pela crise climática.

Há expectativa de que o programa transforme o semiárido nordestino em referência para solução dos desafios impostos pelo aquecimento global. Dos 1,8 milhão de agricultores familiares da região, há também assentados da reforma agrária e comunidades tradicionais (povos indígenas, fundo de pasto, quilombolas).

Os agricultores familiares beneficiados deverão adotar princípios e práticas que proporcionem acesso à água, aumentem a produtividade e a segurança alimentar das famílias beneficiadas, ampliem a resiliência dos sistemas de produção agrícola, restaurem ecossistemas degradados e promovam a redução das emissões de gases do efeito estufa.

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