APONTA FGV
Reforma Casa Brasil pode injetar R$ 52,9 bilhões na economia e gerar quase R$ 20 bilhões em impostos
Por Redação - Em 27/10/2025 às 12:01 AM

A medida prevê R$ 40 bilhões em crédito habitacional para reformas e ampliações de moradias da classe média FOTO: Freepik
O programa Reforma Casa Brasil, lançado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, tem potencial para acrescentar R$ 52,9 bilhões ao PIB e elevar a arrecadação de impostos em R$ 19,6 bilhões, segundo estudo do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV). A medida prevê R$ 40 bilhões em crédito habitacional para reformas e ampliações de moradias da classe média, voltadas a famílias que já possuem casa própria.
Caso todo o crédito seja liberado em um único ano, o programa poderia gerar R$ 17,7 bilhões de impacto direto no PIB da construção. Somados os efeitos indiretos — como o aumento da demanda por insumos e serviços —, o impacto total na economia chegaria a 0,38 ponto percentual do PIB nacional.
A movimentação deve impulsionar segmentos ligados à indústria de materiais e ao comércio, com R$ 35,2 bilhões adicionais em produção. Segundo a coordenadora de Projetos da Construção do Ibre/FGV, Ana Maria Castelo, o setor tem grande capacidade de encadear efeitos positivos sobre outros ramos da economia, gerando mais empregos e renda.
Riscos e gargalos
O estudo alerta, porém, para o desafio da escassez de mão de obra qualificada, que já pressiona os custos do setor. De acordo com dados do Novo Caged, o salário médio de admissão na construção atingiu R$ 2.462,70 em agosto, acima da média nacional de R$ 2.295,01. Mesmo com a alta, empregadores relatam dificuldade em preencher vagas.
“Se faltar mão de obra, o ritmo das reformas pode ser menor que o esperado. Será necessário investir em qualificação profissional para garantir o alcance das metas do programa”, avalia Castelo.
Sustentação e controle
Apesar da pressão salarial, o setor opera com estoques adequados e relativa ociosidade, o que deve conter o impacto inflacionário. O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC-DI) acumulou alta de 6,78% nos 12 meses encerrados em setembro, com a mão de obra respondendo por mais da metade do índice.
O Reforma Casa Brasil surge como uma resposta a um déficit estrutural: 27,6 milhões de domicílios brasileiros apresentavam algum tipo de inadequação em 2023, o equivalente a 40,8% das moradias urbanas duráveis, segundo a Fundação João Pinheiro.
Para os pesquisadores da FGV, se bem executado, o programa pode estimular o crescimento econômico, fortalecer a arrecadação fiscal e melhorar a qualidade das habitações brasileiras, consolidando-se como um dos principais vetores de desenvolvimento do setor da construção civil.
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