aponta FGV
Relatório mostra que impacto das tarifas americanas foi menor do que o previsto
Por Redação - Em 18/12/2025 às 10:30 AM

A FGV projeta que o Brasil encerre 2025 com superávit comercial entre US$ 61 bilhões e US$ 65 bilhões
As tarifas impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, reduziram as vendas do Brasil ao mercado norte-americano, mas o impacto foi parcialmente neutralizado pela ampliação das exportações para outros parceiros, com destaque para a China. A avaliação consta do Indicador de Comércio Exterior (Icomex), divulgado nesta quinta-feira (18) pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV).
De acordo com o estudo, o segundo semestre marcou uma reaproximação entre Brasil e Estados Unidos, com medidas que aliviaram parte das restrições comerciais. Em novembro, o governo norte-americano anunciou a isenção de tarifas recíprocas de 10% para 238 produtos agrícolas e, dias depois, retirou a sobretaxa de 40% aplicada a 269 itens, a maioria do setor agropecuário. Os efeitos dessas decisões devem começar a aparecer nos dados de dezembro e janeiro.
A FGV projeta que o Brasil encerre 2025 com superávit comercial entre US$ 61 bilhões e US$ 65 bilhões. Em novembro, o saldo positivo foi de US$ 5,8 bilhões, com crescimento de 4,6% no volume exportado em relação ao mesmo mês do ano anterior e alta de 4,5% nas importações. No acumulado de janeiro a novembro, o superávit chegou a US$ 57,8 bilhões, valor inferior ao registrado no mesmo período de 2024, influenciado pelo avanço mais forte das importações.
O relatório aponta que a principal pressão negativa veio do comércio com os Estados Unidos, cujo saldo passou de um déficit de US$ 800 milhões em 2024 para US$ 7,9 bilhões em 2025. Já o superávit com a China diminuiu US$ 3,3 bilhões no período, enquanto as trocas com a Argentina apresentaram melhora significativa, com aumento de US$ 5,1 bilhões no saldo favorável ao Brasil.
No caso da União Europeia, o fluxo comercial também se deteriorou, saindo de superávit em 2024 para déficit em 2025. Para a FGV, o episódio indica que os efeitos do tarifaço foram menores do que o esperado inicialmente, mas ressalta que permanecem incertezas, sobretudo em relação às tarifas ainda aplicadas sobre produtos manufaturados e às exigências futuras dos Estados Unidos nas negociações comerciais.
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