A empresa ampliou sua presença nacional, saltando de pouco mais de 60 lojas para quase 700, e viu sua receita bruta crescer de R$ 1,5 bilhão para R$ 18,4 bilhões ao ano

Em meio a um cenário desafiador para o mercado de capitais brasileiro, com fechamento de capital e conflitos entre acionistas, a Lojas Renner se destaca por seguir o caminho oposto. A varejista de moda acaba de completar 20 anos como uma corporation — modelo sem acionista controlador, com 100% das ações em circulação — e celebra a trajetória baseada em governança, transparência e crescimento sustentável.

Desde que adotou esse modelo, a Renner viu sua base de acionistas passar de 800 para mais de 100 mil, incluindo grandes investidores internacionais. No mesmo período, a ação valorizou cerca de 1.850%, superando largamente o Ibovespa. A empresa ampliou sua presença nacional, saltando de pouco mais de 60 lojas para quase 700, e viu sua receita bruta crescer de R$ 1,5 bilhão para R$ 18,4 bilhões ao ano.

A estrutura de governança inclui um conselho 100% independente, com comitês especializados e diversidade crescente — 37,5% do conselho é composto por mulheres, e 40% da diretoria também é feminina. Parte da remuneração da liderança está atrelada a metas ESG desde 2021.

O CEO Fabio Faccio, há 26 anos na empresa, afirma que a Renner investiu mais de R$ 3,3 bilhões desde 2021 em digitalização, inteligência artificial e inovação para reforçar sua competitividade. Segundo ele, a companhia está preparada para navegar em qualquer cenário, ajustando-se rapidamente às mudanças do varejo.

Além de expandir seus canais digitais, a Renner avança em metas sociais e ambientais até 2030, como inclusão e rastreabilidade na cadeia de produção. Para Faccio, o sucesso da companhia mostra que o modelo de corporation é viável no Brasil, mesmo em um mercado que ainda enfrenta resistências à governança aberta.