pacto climático

Ricardo Assumpção, da EY, alerta: COP 30 deve transformar promessas em ação real

Por Pompeu Vasconcelos - Em 30/10/2025 às 12:35 AM

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Ricardo Assumpção é sócio líder de Sustentabilidade e Chief Sustainability Officer da EY América Latina – Foto: Divulgação

Nos dias em que a conferência COP 30 promete reunir líderes políticos e especialistas ambientais de todo o mundo em Belém, a urgência da agenda climática se faz mais presente do que nunca: enfrentar a meta de limitar o aquecimento a 1,5 °C, discutir financiamento para adaptação e fortalecer a cooperação entre países, empresas e comunidades fazem parte da pauta central.

Ao sediar o encontro, entre os dias 10 e 21 de novembro, o Brasil assume papel de protagonismo — tanto por sediar o evento quanto por mediar temas que envolvem a preservação da Amazônia, a transição energética e o futuro da economia de baixo carbono.

Uma das vozes de quem está na linha de frente dessa discussão, Ricardo Assumpção, sócio líder de Sustentabilidade e Chief Sustainability Officer da EY América Latina, destaca que a sustentabilidade é um dos maiores catalisadores de inovação que existe. “É a maior oportunidade que temos de construir um futuro melhor para as pessoas, as empresas e o planeta”, reitera.

O especialista reforça que as que mudanças regulatórias, como a adoção dos padrões de reporte ESG (como o IFRS S), colocam o Brasil “no centro das atenções globais”.

Ricardo Assumpção enfatiza a necessidade de que a COP 30 vá além de palavras e se transforme em um “plano de execução” para empresas, governos e sociedade civil — com métricas, governança e responsabilização.

Em sua avaliação há desafios a ser enfrentados. Entre eles, cita:

Ambição vs. Execução: há risco de as metas serem definidas, mas não cumpridas em prazo adequado.

Inclusão e justiça: será fundamental garantir que voz de populações vulneráveis (como povos da Amazônia) seja ouvida, e que a transição não agrave desigualdades.

Financiamento real: países emergentes esperam compromissos concretos para adaptação, não apenas mitigação.

Concretização local: sediar a conferência em Belém eleva a necessidade de que os anúncios travem com iniciativas regionais, envolvendo municípios, estados e empresas locais, não só governos centrais.

Conferência decisiva

Entre os fatores que colocam a COP 30 como uma conferência decisiva, Assumpção aponta os alertas resultantes de pesquisas globais. Cita como exemplo o relatório “4 Futures”, elaborado pela EY, que projeta quatro cenários para 2055 — do otimista “Transformar” (com aumento de +1,5 °C na temperatura média do planeta) ao crítico “Colapso” (+4 °C) — e coloca sobre a mesa a escolha que a humanidade tem pela frente.

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EY House em Belém: espaço multissetorial terá programação alinhada à COP30

Ricardo Assumpção, lembra que, em Belém, os atores estarão sob pressão para transformar discursos em decisões concretas, com especial atenção para: revisitar e elevar as metas nacionais de emissões (NDCs); ampliar financiamento climático para países vulneráveis; garantir que inovação, justiça climática e biodiversidade sejam integrados à estratégia global.

O especialista da EY acrescenta que a COP realizada no Brasil traz um diferencial: a presença de comunidades indígenas e tradicionais da Amazônia, cujo papel ganha ainda mais visibilidade no processo de negociação — não apenas como vítimas, mas como agentes de mudança.

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