Trump impôs tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, gerando preocupações no setor exportador

Empresários brasileiros do agronegócio e da indústria devem apresentar ao governo federal um pacote de propostas para enfrentar o impacto das tarifas impostas pelos Estados Unidos. O grupo quer que o Planalto adote uma ofensiva comercial concreta, que vá além da diplomacia, com medidas imediatas para proteger exportadores e preservar fatias estratégicas do mercado norte-americano.

Entre as sugestões previstas estão a criação de linhas de crédito emergenciais para empresas afetadas, ações de promoção comercial em mercados alternativos e a mobilização de embaixadas brasileiras para ampliar acordos bilaterais com países da Ásia e da Europa.

Representantes do setor privado argumentam que a diversificação de mercados é desejável, mas insuficiente para o curto prazo, especialmente para setores como o de suco de laranja, onde os EUA concentram quase metade da demanda externa. A prioridade, segundo os empresários, deve ser manter o acesso ao mercado americano e reduzir o impacto direto da tarifa.

O governo federal inicia nesta terça-feira (15) as reuniões do comitê interministerial criado para definir a estratégia brasileira. A expectativa do setor produtivo é participar ativamente da construção da resposta, com foco em soluções econômicas — e não apenas diplomáticas.

Embora o vice-presidente Geraldo Alckmin tenha afirmado que nenhuma solicitação formal foi feita a Washington até agora, empresários devem pressionar por uma abordagem mais direta, incluindo conversas técnicas com autoridades americanas e busca de apoio junto a organismos multilaterais.

O grupo empresarial também defende que o Brasil envie uma sinalização clara de que pretende proteger suas exportações com medidas práticas, e não apenas discursos. Para eles, o impacto das tarifas será real e imediato, exigindo agilidade do governo.