Sustentabilidade Ambiental
Shell e Petrobras investem R$ 100 milhões em mapeamento de carbono no Brasil
Por Redação - Em 12/12/2025 às 3:02 PM

Segundo a Petrobras, o projeto deve contribuir para o aprimoramento das políticas de uso do solo e orientar ações de restauração ambiental FOTO: Agência Brasil
A Shell e a Petrobras firmam, nesta sexta-feira (12), no Rio de Janeiro, um acordo para desenvolver o mais amplo mapeamento já realizado no País sobre estoques naturais de carbono no solo e na vegetação. O projeto, denominado Carbon Countdown, contará com investimento de R$ 100 milhões e abrangerá 6.500 áreas distribuídas pelos seis biomas brasileiros, com a criação de uma base de dados pública alinhada a padrões internacionais.
A iniciativa pretende estabelecer uma metodologia única para medir e acompanhar o carbono presente em vegetação nativa, áreas agrícolas, pastagens e regiões de silvicultura. O objetivo é oferecer uma referência científica que subsidie políticas públicas, projetos ambientais e iniciativas de soluções baseadas na natureza.
Os trabalhos serão executados por polos de pesquisa instalados na Amazônia, Cerrado, Mata Atlântica, Caatinga, Pantanal e Pampa, sob coordenação técnica do centro de inovação da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (Esalq/USP). O início das atividades de campo está previsto para daqui a seis meses, com duração estimada de dois anos.
Durante o levantamento, serão coletadas mais de 250 mil amostras de solo e cerca de 400 mil amostras complementares, alcançando até um metro de profundidade. A abordagem amplia o nível de detalhamento em relação às metodologias mais comuns no mercado voluntário de carbono, que normalmente analisam apenas as camadas superficiais do solo.
Segundo a Petrobras, o projeto deve contribuir para o aprimoramento das políticas de uso do solo e orientar ações de restauração ambiental, além de aumentar a confiabilidade na avaliação de créditos de carbono. Já a Shell destaca que a iniciativa fortalece a base científica necessária para o avanço do mercado de carbono no Brasil.
O Carbon Countdown também prevê investimentos em infraestrutura laboratorial e capacitação técnica em diferentes regiões do País. Os recursos são viabilizados pela cláusula de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), que obriga empresas do setor a destinarem parte da receita a projetos de inovação.
Com duração total de cinco anos, o projeto deve deixar como legado um banco nacional de solos para futuras pesquisas, além de estimular a produção científica, o desenvolvimento de novas tecnologias e a formação de profissionais especializados, reforçando o papel do Brasil nas discussões globais sobre clima e descarbonização.
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