O setor privado também sente os efeitos. Em shutdowns anteriores, bancos registraram atrasos de bilhões de dólares em empréstimos FOTO: Agência Brasil

O fechamento parcial do governo norte-americano, iniciado na última quarta-feira (1º), já provoca impactos relevantes na economia e no funcionamento da máquina pública. A suspensão temporária de serviços federais coloca em risco milhões de trabalhadores, programas sociais e empresas que dependem de contratos com Washington.

De acordo com cálculos da Casa Branca, cada semana de paralisação pode retirar cerca de US$ 15 bilhões da atividade econômica, o que representa uma redução aproximada de 0,2 ponto percentual no PIB trimestral, segundo estimativas do Goldman Sachs e do Federal Reserve. Se o impasse durar um mês, cerca de 43 mil empregos podem ser eliminados.

O alcance das consequências é amplo. Programas sociais como o WIC, voltado a mulheres, bebês e crianças de baixa renda, correm risco de ficar sem financiamento em outubro, afetando aproximadamente 7 milhões de pessoas. Além disso, cerca de 1,9 milhão de servidores federais podem enfrentar licenças não remuneradas ou continuar trabalhando sem pagamento, o que, segundo o Conselho de Assessores Econômicos da Casa Branca, pode reduzir os gastos das famílias em até US$ 30 bilhões em apenas um mês.

O setor privado também sente os efeitos. Em shutdowns anteriores, bancos registraram atrasos de bilhões de dólares em empréstimos, com reflexos diretos sobre pequenos negócios. Exportações sofrem entraves pela falta de licenciamento e certificações federais. Em 2013, por exemplo, mais de 2 milhões de litros de bebidas alcoólicas destinados ao mercado externo ficaram retidos, enquanto o Banco de Exportação-Importação deixou de liberar US$ 3 bilhões em operações.

A interrupção atinge ainda a indústria do turismo. A Associação de Conservação de Parques Nacionais calcula perdas diárias de US$ 1 milhão para os parques fechados e até US$ 80 milhões por dia para as comunidades vizinhas, que dependem do fluxo de visitantes.

Com um custo médio semanal de US$ 15 bilhões apenas em contratos federais, o risco é de efeito cascata sobre empresas e trabalhadores em todo o país, aumentando a pressão para que o impasse orçamentário seja resolvido rapidamente.