POLÍTICA MONETÁRIA
Super Quarta: Fed deve cortar juros e Copom sinaliza próximos passos
Por Redação - Em 17/09/2025 às 9:10 AM

No Brasil, o Copom deve manter a Selic em 15% ao ano, nível mais alto desde 2006 FOTO: Agência Brasil
O mercado financeiro internacional acompanha nesta quarta-feira (17) uma nova edição da chamada Super Quarta, com decisões de política monetária do Federal Reserve e do Banco Central do Brasil. Nos Estados Unidos, a expectativa é praticamente unânime: segundo a ferramenta Fed Watch, do CME Group, 100% dos analistas projetam corte nos juros, sendo 96,1% de 0,25 ponto percentual e 3,9% de 0,5 p.p.
As apostas foram reforçadas por projeções divulgadas em junho, que já indicavam espaço para reduções em 2025. Dados recentes mostram desaceleração da economia americana, especialmente no mercado de trabalho, com apenas 22 mil vagas criadas em agosto e perda de cerca de 1 milhão de postos em um ano. Apesar da fraqueza da atividade, a inflação tem se mostrado controlada, com deflação no índice de preços ao produtor e estabilidade nos preços ao consumidor.
A condução da política monetária, no entanto, ocorre sob tensão política. O presidente Donald Trump tem atacado membros do Fed e chegou a tentar a demissão da diretora Lisa Cook, sem sucesso após decisão judicial. O embate adiciona incerteza às discussões sobre o ritmo dos cortes. Para o Banco Safra, a taxa básica deve recuar gradualmente até atingir o intervalo de 3,25% a 3,50% ao ano em 2026.
No Brasil, o Copom deve manter a Selic em 15% ao ano, nível mais alto desde 2006. A estratégia é dar tempo para que o aperto monetário já implementado se reflita integralmente na economia. Contudo, a melhora da inflação — que surpreendeu positivamente em agosto, com deflação no IPCA — começa a abrir espaço para uma mudança de discurso.
Enquanto bancos como Safra e JP Morgan já projetam corte de juros no país ainda em 2025, outros veem espaço para flexibilização apenas no próximo ano. A queda recente do dólar para a faixa de R$ 5,20 reforça a percepção de que o BC pode adotar um tom mais brando nas próximas comunicações, ainda que mantenha atenção especial ao setor de serviços.
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