As exportações brasileiras representam cerca de 18% do PIB, e os Estados Unidos absorvem aproximadamente 12% desse total

A elevação da tarifa de importação dos Estados Unidos para produtos brasileiros — de 10% para 50% — deve ter impacto “pouco significativo” sobre o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil em 2025. A avaliação é da Secretaria de Política Econômica (SPE), ligada ao Ministério da Fazenda, em boletim macrofiscal divulgado nesta sexta-feira (11).

Segundo o documento, a projeção de crescimento da economia brasileira para o próximo ano segue em 2,5%, sem revisão, uma vez que os efeitos da nova tarifa são considerados restritos a alguns setores específicos.

As exportações brasileiras representam cerca de 18% do PIB, e os Estados Unidos absorvem aproximadamente 12% desse total. A maior parte das exportações para os EUA é composta por produtos básicos — como petróleo bruto, celulose, carne bovina e café — que podem ser redirecionados a outros mercados com mais facilidade que bens industrializados.

Apesar disso, a SPE alerta que alguns setores da indústria de transformação, como o de aeronaves e máquinas para energia, podem ser mais afetados, por dependerem mais do mercado norte-americano.

A medida foi anunciada pelos EUA com justificativas políticas. Em carta enviada ao presidente Lula, o presidente norte-americano Donald Trump criticou o Supremo Tribunal Federal e demonstrou apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro, réu em ação penal sobre tentativa de golpe após as eleições de 2022.

Mesmo com a tensão diplomática, o governo brasileiro mantém a estimativa de crescimento econômico para 2025, considerando que o impacto da nova tarifa será limitado e concentrado em setores específicos da indústria.