INDÚSTRIA AUTOMOTIVA

Tarifas de Trump surpreendem e favorecem montadoras americanas

Por Redação - Em 03/11/2025 às 11:30 AM

Indústria De Veículos, Montadora, Automóveis Foto Freepik

General Motors, Ford e outras grandes montadoras revisaram para baixo suas estimativas de prejuízo, e os balanços mais recentes indicam resultados melhores que o esperado FOTO: Freepik

O impacto das tarifas impostas pelo governo de Donald Trump sobre veículos e autopeças importadas revelou-se menos severo do que o previsto e, em alguns casos, até benéfico para as montadoras instaladas nos Estados Unidos. Apesar das preocupações iniciais, as empresas do setor conseguiram ajustar custos, preservar margens e aproveitar mudanças regulatórias que reduziram encargos ambientais e fiscais.

No início do ano, o plano de tarifas de 25% sobre carros e componentes importados provocou reações alarmadas entre fabricantes e fornecedores. Entretanto, as taxas foram aplicadas de forma gradual e acompanhadas de flexibilizações, o que atenuou o impacto financeiro. General Motors, Ford e outras grandes montadoras revisaram para baixo suas estimativas de prejuízo, e os balanços mais recentes indicam resultados melhores que o esperado.

A General Motors, por exemplo, reduziu em 10% sua projeção de custos com tarifas, enquanto a Ford cortou pela metade as perdas previstas para 2025. Até mesmo grupos estrangeiros como Volkswagen e Hyundai conseguiram absorver os efeitos, beneficiando-se da produção local de veículos destinados ao mercado norte-americano.

Custos sob controle e novos incentivos

Além do alívio nas tarifas, a indústria automotiva obteve ganhos expressivos com o fim das penalidades financeiras ligadas aos padrões de emissões. A recente reforma tributária eliminou a necessidade de compra de créditos ambientais de empresas com menor emissão de carbono, prática que custava bilhões de dólares às montadoras.

O corte dessas obrigações reduziu os custos de produção em até 5% e abriu espaço para a retomada de modelos mais rentáveis, como caminhonetes e utilitários esportivos. Ford e GM já anunciaram aumento na fabricação de suas linhas mais lucrativas, ajustando a estratégia para um mercado menos restrito por regras ambientais.

Perspectiva positiva para o setor

A combinação entre tarifas amenizadas e flexibilização regulatória transformou o que parecia um cenário de crise em uma fase de recuperação para o setor automotivo. Mesmo com desafios na transição para veículos elétricos e incertezas comerciais, as montadoras encontram agora um ambiente mais previsível e financeiramente favorável.

O preço médio dos carros novos subiu cerca de 4% em relação ao ano anterior, refletindo ajustes pontuais de mercado, mas sem repasses diretos dos custos tarifários ao consumidor. Com investimentos retomados e margens em alta, a indústria automotiva americana inicia um novo ciclo de estabilidade após meses de turbulência política e comercial.

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