EXPORTAÇÕES
Tarifas dos EUA afetam indústria de madeira no Brasil e ameaçam milhares de empregos
Por Redação - Em 19/08/2025 às 4:22 PM

Os Estados Unidos absorvem cerca de 50% das exportações do setor, que totalizaram US$ 1,6 bilhão em 2024 FOTO: Freepik
A imposição de tarifas de até 50% sobre produtos brasileiros pelos Estados Unidos começou a impactar diretamente a indústria de madeira processada no Brasil, com reflexos severos no emprego e na produção. Desde abril, quando uma taxa inicial de 10% foi implementada, empresas do setor vêm adotando medidas para conter prejuízos.
A Millpar, segunda maior fabricante nacional, suspendeu parte de suas atividades na unidade de Guarapuava (PR), colocando mais de 700 funcionários em férias coletivas. Outras empresas também têm recorrido à mesma estratégia, e o cenário é de alerta para demissões caso as tarifas se mantenham.
De acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Madeira Processada Mecanicamente (Abimci), os Estados Unidos absorvem cerca de 50% das exportações do setor, que totalizaram US$ 1,6 bilhão em 2024. Estima-se que 180 mil empregos estejam em risco no país, especialmente nos estados do Sul, onde se concentra a produção.
O impacto é agravado pela alta dependência de contratos exclusivos com o mercado norte-americano, o que dificulta a redireção das vendas para outros países. Produtos como as molduras de madeira, por exemplo, têm pouca demanda fora dos EUA.
Além das tarifas, a indústria brasileira enfrenta uma investigação comercial por parte do governo americano, que questiona a origem da madeira exportada. A Abimci afirma que mais de 95% da produção é proveniente de florestas plantadas e certificadas no Sul do Brasil, afastando a associação com o desmatamento ilegal.
Em resposta à crise, o governo federal anunciou uma linha de crédito de R$ 30 bilhões para empresas afetadas, medida considerada emergencial e insuficiente por representantes do setor. Entidades brasileiras já preparam uma defesa formal nos Estados Unidos para tentar reverter as restrições.
Enquanto isso, milhares de postos de trabalho seguem ameaçados e a indústria florestal brasileira enfrenta um dos momentos mais críticos de sua história recente.
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