Enquanto rivais ampliam seus portfólios de carros elétricos, a Tesla direciona esforços para projetos de robotáxis e robôs humanoides

A participação da Tesla no mercado de veículos elétricos dos Estados Unidos caiu para 38%, segundo pesquisa da Cox Automotive. É a primeira vez desde 2017 que a fatia da montadora fica abaixo dos 40%. No auge, a empresa chegou a deter 80% do setor, mas vem perdendo espaço para concorrentes, sobretudo chinesas.

Enquanto rivais ampliam seus portfólios de carros elétricos, a Tesla direciona esforços para projetos de robotáxis e robôs humanoides, adiando planos para modelos mais acessíveis. Essa estratégia é considerada crucial para sustentar a avaliação trilionária da companhia.

Na última semana, o conselho da Tesla propôs um pacote de remuneração de US$ 1 trilhão (R$ 5,41 trilhões) para o CEO Elon Musk. O bônus está condicionado, entre outros fatores, a elevar o valor de mercado da empresa para US$ 8,5 trilhões (R$ 46 trilhões) na próxima década.

Apesar da diversificação, a venda de automóveis segue como principal fonte de receita da empresa. O Cybertruck, lançado em 2023, não repetiu o sucesso do Model 3 e do Model Y, este último já considerado o carro mais vendido do mundo. A atualização recente do SUV também não empolgou consumidores, e a Tesla caminha para registrar o segundo ano seguido de queda nas vendas.

Especialistas alertam que a ausência de novos modelos contribui para a perda de mercado. “Quando uma montadora deixa de lançar produtos, sua participação inevitavelmente cai”, afirmou Stephanie Valdez Streaty, diretora da Cox Automotive, em entrevista à Reuters.

O cenário se torna ainda mais desafiador diante da redução dos incentivos fiscais para EVs nos EUA, prevista para setembro. A expectativa é que a queda nos créditos federais aumente a pressão financeira sobre a Tesla e todo o setor.