MERCADO DE LUXO

Testamento de Giorgio Armani prevê venda gradual da grife e possível abertura de capital

Por Redação - Em 13/09/2025 às 10:42 PM

Grupo Giorgio Armani

O testamento cita como compradores preferenciais grupos como LVMH, L’Oréal e EssilorLuxottica, ou empresas de porte equivalente

O estilista Giorgio Armani, que morreu em 4 de setembro aos 91 anos, deixou em testamento instruções para que seus herdeiros vendam parte da empresa que fundou há cinco décadas ou considerem uma listagem em bolsa. A medida surpreende, já que o criador sempre defendeu a independência da marca.

De acordo com o documento, uma fatia inicial de 15% deve ser negociada em até 18 meses. Entre três e cinco anos após sua morte, outra parcela, entre 30% e 54,9%, deverá ser transferida ao mesmo comprador. Caso a venda não seja concretizada, uma oferta pública inicial poderá ser feita na Itália ou em outro mercado relevante.

O testamento cita como compradores preferenciais grupos como LVMH, L’Oréal e EssilorLuxottica, ou empresas de porte equivalente. A EssilorLuxottica já manifestou que avaliará a possibilidade de acordo, destacando sua relação de longa data com a Armani.

A Fondazione Giorgio Armani, criada para preservar o legado do estilista, terá papel central na condução do processo. Junto com Pantaleo Dell’Orco, parceiro de vida e de negócios de Armani, a fundação deterá 70% dos direitos de voto do grupo.

Apesar da receita estável de 2,3 bilhões de euros em 2024, a empresa enfrenta queda nos lucros em meio à desaceleração do setor de luxo. Analistas avaliam a marca entre 5 e 7 bilhões de euros e consideram que a LVMH, de Bernard Arnault, teria maior interesse estratégico em assumir uma participação.

Com a definição deixada no testamento, o destino de uma das grifes mais icônicas da moda italiana pode envolver, pela primeira vez, a perda do caráter independente que Armani preservou durante toda a sua vida.

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