Eduardo Félix Bianchini
Veterano do BC assume liquidação do Banco Master após atuar em nove processos semelhantes desde 2012
Por Redação - Em 20/11/2025 às 5:44 PM

A nova missão envolve a liquidação de quatro empresas do grupo — Banco Master, Banco Master de Investimento, Letsbank e Master Corretora
A liquidação extrajudicial do Banco Master recolocou Eduardo Félix Bianchini, ex-servidor do Banco Central (BC), no centro de mais uma operação complexa de encerramento de instituições financeiras. Discreto e pouco conhecido do público, ele acumula uma trajetória que o tornou um dos nomes mais experientes do país em processos desse tipo.
Bianchini atuou no BC por 39 anos, entre 1973 e 2012. Desde sua aposentadoria, foi convocado ao menos nove vezes para comandar liquidações ou intervenções determinadas pelo regulador — número que agora chega a dez, com o caso do conglomerado Master. A lista inclui episódios de grande repercussão, como Banco BVA, Cruzeiro do Sul, Gradual, Decasa e Pioneer, além de diversas corretoras de câmbio e investimentos.
A nova missão envolve a liquidação de quatro empresas do grupo — Banco Master, Banco Master de Investimento, Letsbank e Master Corretora — e a administração do Regime Administrativo Especial Temporário (Raet) aplicado ao Banco Master Múltiplo. A operação será conduzida por meio da EFB, empresa fundada por Bianchini em 2021 e contratada pelo BC para assumir a gestão.
Sua experiência é marcada por casos de forte impacto no Sistema Financeiro Nacional (SFN). No Cruzeiro do Sul, em 2013, substituiu um interventor anterior em meio à descoberta de um rombo de R$ 3,1 bilhões e centenas de milhares de empréstimos consignados fictícios. Sob sua supervisão, as carteiras de crédito foram transferidas para o Banco do Brasil, enquanto o Fundo Garantidor de Créditos (FGC) absorveu a maior parte dos ativos.
Em 2020, Bianchini esteve à frente simultaneamente da liquidação de duas instituições — Decasa Financeira e Uniletra — e, antes disso, coordenou processos envolvendo operações cambiais irregulares, como o caso da Pioneer, em 2015, quando o BC relatou indícios de lavagem de dinheiro e falta de controles internos adequados.
Agora, com o Grupo Master, ele assume o comando de um dos maiores processos de liquidação dos últimos anos, após a prisão do dono da instituição, Daniel Vorcaro. A expectativa é que o trabalho se estenda por anos, com foco em reduzir prejuízos a clientes e preservar a estabilidade do sistema financeiro.
Mais notícias
Recesso próximo




























