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Wall Street aposta em rotação setorial e reduz protagonismo das big techs em 2026

Por Redação - Em 15/12/2025 às 11:00 AM

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Desde a mínima registrada em 20 de novembro, o índice Russell 2000, que reúne empresas de menor capitalização, avançou 11%, desempenho superior ao de um índice que acompanha as Sete Magníficas

À medida que 2026 se aproxima, cresce em Wall Street a avaliação de que o ciclo de liderança das grandes empresas de tecnologia pode estar perto do fim. Estrategistas de bancos como Bank of America e Morgan Stanley têm orientado clientes a diversificar os portfólios e buscar ações menos populares, com destaque para setores como saúde, indústria, energia e consumo, em detrimento das chamadas Sete Magníficas.

Após anos de forte valorização, impulsionadas por balanços sólidos e pela corrida em torno da inteligência artificial, as gigantes de tecnologia passaram a enfrentar questionamentos sobre a sustentabilidade de seus preços. O setor acumula alta de cerca de 300% desde o início do mercado em alta, há três anos, e analistas avaliam que as expectativas embutidas nas ações se tornaram excessivas.

Resultados recentes abaixo do esperado de empresas ligadas à IA, como Oracle e Broadcom, reforçaram o ceticismo. Ao mesmo tempo, o cenário de maior otimismo com a economia americana tem incentivado investidores a migrar para segmentos que ficaram para trás no S&P 500.

Indicadores de mercado já sinalizam essa mudança. Desde a mínima registrada em 20 de novembro, o índice Russell 2000, que reúne empresas de menor capitalização, avançou 11%, desempenho superior ao de um índice que acompanha as Sete Magníficas. Já o S&P 500 de peso igual, que reduz a influência das megacaps, também tem superado a versão tradicional do índice.

Para gestores como a Strategas Asset Management, a tendência aponta para uma rotação mais ampla em 2026, beneficiando setores como financeiro e consumo discricionário. A leitura é compartilhada pelo Morgan Stanley, que vê espaço para que empresas de pequeno e médio porte assumam maior protagonismo, ainda que a tecnologia continue relevante.

A avaliação é de que a economia dos Estados Unidos entrou em uma fase inicial de ciclo, ambiente historicamente favorável a ações mais cíclicas e sensíveis ao crescimento. Nesse contexto, investidores têm ampliado a exposição a papéis fora do núcleo tradicional de tecnologia.

Dados do Goldman Sachs indicam que o crescimento dos lucros das empresas fora do grupo das sete maiores do S&P 500 deve acelerar em 2026, enquanto a participação das gigantes nos resultados totais tende a recuar. Para analistas, a confirmação dessa dinâmica dependerá da evolução dos indicadores de emprego, inflação e da política monetária do Federal Reserve, que já sinalizou novos cortes de juros.

Com setores como financeiro, saúde, indústria, energia e serviços públicos registrando ganhos consistentes, estrategistas avaliam que a ampliação do rali já está em curso. A expectativa predominante é de um mercado menos concentrado, no qual o desempenho deixe de depender quase exclusivamente das big techs e passe a refletir uma base mais diversificada de crescimento.

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