marco raro

Xiaomi lucra R$ 550 milhões com carros elétricos em apenas 19 meses

Por Redação - Em 19/11/2025 às 1:00 PM

Carros Elétricos Xiaomi

O desempenho inicial coloca a empresa em posição privilegiada na corrida global dos veículos elétricos, um setor no qual até gigantes tradicionais enfrentam dificuldades para prosperar

A Xiaomi alcançou um marco raro na indústria automotiva: menos de dois anos após estrear no mercado de veículos elétricos, sua divisão de carros e inteligência artificial já opera com lucro. No terceiro trimestre deste ano, o segmento registrou ganho de 700 milhões de yuans (cerca de US$ 98 milhões), resultado impulsionado pelo desempenho do sedã SU7, lançado há apenas 19 meses.

O ritmo acelerado contrasta com o caminho trilhado por outras montadoras. A Tesla demorou mais de cinco anos, entre o início das entregas do Roadster e 2013, para atingir seu primeiro trimestre no azul. Startups chinesas como Li Auto, Xpeng e Nio também levaram mais tempo – e, no caso de duas delas, ainda buscam o ponto de equilíbrio.

Especialistas atribuem o avanço veloz da Xiaomi a fatores que poucas novatas possuem: uma base de consumidores gigantesca, forte reconhecimento de marca e um ecossistema integrado capaz de reduzir custos de aquisição de clientes. Para analistas, a empresa tratou seu primeiro carro como trataria um produto eletrônico: lançamento massivo, foco em escala e monetização por software.

A estratégia tem dado resultado. Após o SU7, a empresa apresentou em junho o utilitário esportivo YU7, que recebeu quase 300 mil pedidos em questão de horas. A infraestrutura industrial da China, altamente desenvolvida para veículos elétricos, também favoreceu o crescimento rápido, reduzindo a necessidade de investimentos pesados na cadeia produtiva.

Apesar do avanço, o cenário para 2026 traz incertezas. A redução de incentivos fiscais para carros elétricos e híbridos no país já pressiona a demanda, que encolheu em outubro. Para manter o ritmo de vendas, a Xiaomi começou a oferecer descontos de até 15 mil yuans para pedidos feitos até o fim de novembro — uma medida que deve comprimir margens no próximo ano.

Analistas também alertam para a intensificação da concorrência doméstica e para a dependência crescente das montadoras chinesas das exportações. BYD, Geely, Xpeng e Leapmotor já aceleram a presença internacional, enquanto a Xiaomi planeja iniciar sua expansão fora da China somente em 2027.

Mesmo assim, o desempenho inicial coloca a empresa em posição privilegiada na corrida global dos veículos elétricos, um setor no qual até gigantes tradicionais enfrentam dificuldades para prosperar.

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