Raymundo Colares

A galeria Almeida & Dale, em São Paulo, inaugura no sábado (9) a exposição “Raymundo Colares: Pista Livre”, com curadoria de Ligia Canongia. Em cartaz até 4 de outubro, a mostra apresenta um panorama da produção do artista ao reunir pinturas, guaches e os emblemáticos gibis — livros-objeto concebidos para serem manuseados pelo público —, resultado da fusão entre o construtivismo, a pop art e a cultura urbana.

Figura singular na cena experimental brasileira do fim dos anos 1960, Colares criou um repertório visual marcado pelo ônibus como elemento recorrente, símbolo do movimento e da pulsação das grandes cidades. Seus planos multidirecionais e cores fragmentadas remetem tanto à geometrização concreta quanto ao caos sedutor da vida urbana, compondo narrativas visuais que se fragmentam no espaço e multiplicam percepções.

O percurso da mostra parte do movimento virtual das pinturas de ônibus, passa pelas trajetórias em metal e chega às páginas coloridas dos Gibis, evidenciando a coerência plástica de sua obra.

De 1971 a 1973, o artista viveu em Nova York, Milão e Trento, retornando ao Brasil no início da década de 1980 para retomar sua produção, até sua morte em 1986.