valor recorde

A primeira Birkin da história é leiloada por €8,58 milhões e torna-se a bolsa mais valiosa do mundo

Por Marlyana Lima - Em 10/07/2025 às 1:28 PM

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Bolsa original foi leioloada pela casa Sotheby’s em Paris

Um marco histórico no universo da moda foi alcançado nesta quinta-feira (10). A primeira Birkin da história foi arrematada por impressionantes €8,58 milhões (cerca de R$ 55,6 milhões), estabelecendo um novo recorde mundial para uma bolsa de luxo. O leilão, promovido pela casa Sotheby’s em Paris, reuniu colecionadores e entusiastas da alta moda de todo o mundo, selando o status da peça como ícone absoluto do design contemporâneo.

O modelo não é apenas uma raridade artesanal — é uma relíquia cultural. Criada nos anos 1980 após um encontro casual entre a atriz e cantora britânica Jane Birkin e Jean-Louis Dumas, então CEO da Hermès, a bolsa nasceu a bordo de um voo Paris-Londres. Birkin, insatisfeita com a funcionalidade das bolsas da época, rabiscou num saco de enjoo o esboço do que se tornaria a peça mais desejada da história da moda.

A Hermès, mestre do savoir-faire francês, transformou o desenho improvisado em um protótipo exclusivo: couro preto, ferragens douradas, alça robusta e um detalhe pessoal que surpreende — um cortador de unhas embutido, a pedido da própria Jane. Ela usou o acessório por quase uma década antes de doá-lo, em 1994, para um leilão beneficente. Desde então, a bolsa permaneceu fora do olhar público, guardada em coleções particulares até reaparecer agora, em um momento que consagra não apenas seu valor material, mas seu peso simbólico.

Valor recorde e importância histórica

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Bolsa original, criada para a cantora e atriz britânica Jane Birkin, foi leiloada e se  tornou a mais cara do mundo

O novo dono — cuja identidade permanece confidencial — não adquiriu apenas um objeto de moda, mas um artefato de história viva, testemunha da interseção entre arte, design, celebridade e mercado de luxo. A venda supera o recorde anterior de uma Birkin de crocodilo Himalaya com diamantes, vendida por US$ 500 mil em Hong Kong, e reforça a força do mercado de artigos de luxo como investimento.

A Birkin, mais do que uma bolsa, tornou-se símbolo de status, raridade e tempo. Seu valor transcende o couro e o ouro: é um manifesto silencioso sobre desejo, exclusividade e legado. Em meio a um mundo em transformação, ela permanece constante — inatingível, cobiçada, eterna.

Jane Birkin, falecida em 2023, ironizou certa vez o próprio destino: “Vão lembrar de mim como ‘a do nome da bolsa’… Bem, poderia ser pior.” E agora, com essa venda histórica, o mundo parece confirmar: poucas criações carregam tantos significados.

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