Experiência inclusiva
Acessibilidade ganha voz no Museu Ferragamo com tecnologia Dolby Atmos e percurso tátil
Por Paulla Pinheiro - Em 02/07/2025 às 11:22 AM

Aplicativo do Museu Ferragamo
O Museu Ferragamo, em Florença, inaugura um projeto que reposiciona a acessibilidade como eixo central da experiência cultural contemporânea. Pela primeira vez no universo museológico, um audioguia com tecnologia Dolby Atmos® é utilizado para tornar uma exposição acessível a pessoas com deficiência visual. O recurso integra a mostra “Salvatore Ferragamo 1898–1960” e oferece uma escuta tridimensional em que vozes, sons e detalhes da narrativa circulam ao redor do visitante, ampliando as formas de percepção e criando conexões sensoriais mais profundas.
A proposta vai além do áudio. Inclui também um percurso tátil com réplicas fiéis de sapatos do Arquivo Ferragamo — desenvolvidas para exploração pelo toque — e um mapa em relevo que permite navegação autônoma pelos ambientes expositivos. A iniciativa, com curadoria de Gianluigi Di Costanzo, foi desenvolvida em parceria com a União Italiana de Cegos e Deficientes Visuais e a associação Libero Accesso, com suporte técnico da Dolby e participação da Bloomberg Philanthropies, que inseriu o museu na plataforma digital Bloomberg Connects.
Todo o conteúdo pode ser acessado gratuitamente pelo aplicativo, que reúne materiais exclusivos de mais de 500 instituições culturais globais, entre textos, vídeos, imagens e trilhas sonoras — ampliando o alcance da exposição para além das paredes do museu.
Fundado em 1995, o Museu Ferragamo está instalado no Palazzo Spini Feroni, edifício histórico adquirido por Salvatore Ferragamo nos anos 1930. O espaço abriga mais de 10 mil modelos de calçados desenvolvidos pelo designer entre as décadas de 1920 e 1960, além de roupas, acessórios, anúncios publicitários, fotografias e filmes que atravessam quase um século de moda e cultura italiana. Após a morte do criador, o acervo continuou sendo enriquecido por sua família.
A diretora do museu, Stefania Ricci, vê na proposta uma forma de ampliar os sentidos da visita. Tornar a cultura acessível, segundo ela, passa também por experimentar novos formatos, linguagens e tecnologias — colocando o público no centro da narrativa.
Aberto a todos os visitantes, o projeto reflete uma visão de futuro, em que inclusão e inovação caminham lado a lado no campo da experiência museológica.
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