Galeria Casa D’Alva

Arte como trincheira afetiva: exposição NOmade Bienal estreia em Fortaleza com artistas de 15 países

Por Marlyana Lima - Em 08/07/2025 às 8:00 PM

José Guedes E Demétrio Jereissati 2

José Guedes e Demétrio Jereissati integram a exposição “NOmade Bienal-Extensões 1”

No dia 12 de julho, às 10h, a Galeria Casa D’Alva, em Fortaleza, abre suas portas para receber a exposição “NOmade Bienal-Extensões 1”, um projeto artístico internacional que transforma a circulação da arte em um gesto de resistência afetiva e política. Com curadoria de Hernán Pacurucu (Equador) e Victor Hugo Bravo (Chile), a mostra reúne obras de 54 artistas de 15 países, incluindo os cearenses José Guedes e Demétrio Jereissati , representando o Brasil nesta que será a primeira etapa física do projeto, após o sucesso de sua versão digital.

A mostra ficará em cartaz até 9 de agosto, consolidando-se como um espaço de encontro entre linguagens como fotografia, vídeo e texto, onde o arquivo — longe de qualquer hierarquia ou classificação rígida — é tratado como matéria viva, poética e política. Trata-se de um espaço rizomático de práticas associativas e dissidentes que visam, nas palavras de seus curadores, “reinstalar comunidades reflexivas” em meio a um mundo cada vez mais fragmentado.

Novo paradigma de circulação artística

A NOmade Bienal não se conforma aos moldes tradicionais de uma bienal institucional. Em vez de um grande evento concentrado no tempo e no espaço, o projeto propõe um modelo itinerante e descentralizado, onde cada mostra se adapta ao seu território. A exposição em Fortaleza marca apenas o início de um percurso que pretende conectar diferentes geografias, culturas e subjetividades por meio da arte.

Nesse espírito, o que estará exposto na Galeria Casa D’Alva não será apenas uma mostra, mas uma constelação de vozes e visões, um arquivo incon(fuso), como evocam os textos curatoriais.

Ativismo artístico

Sob o título NOmade EXTENSÕES, arquivos visuais, a exposição propõe um modelo de ativismo artístico baseado na circulação e no arquivo como dispositivo crítico. Os processos gráficos e textuais apresentados funcionam como chamados públicos, tomando posição em debates contemporâneos sobre território, política, identidade e coletividade.

“Expressando suas preocupações através de estéticas e formas que subvertem as configurações filiais do sistema, expondo uma crítica radical às convenções sociais e políticas impostas pelo meio”, observa o curador Victor Hugo Bravo.

A NOmade Bienal aposta na arte como campo de resistência e reinvenção — um espaço onde ainda é possível criar “uma memória carinhosa para um mundo possível”.

Serviço

Exposição NOmade Bienal
Local: Galeria Casa D’Alva – R. João Brígido, 934 – Joaquim Távora
Abertura: 12 de julho de 2025, às 10h
Em cartaz até 9 de agosto de 2025
Entrada gratuita

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