Fachada da CASACOR Brasília 2025, Concebida por Leo Romano

Referência em inovação e tendências no design de interiores e paisagismo, a 33ª edição da CASACOR Brasília estreia nesta quarta-feira (13) na Casa do Candango, na 603 Sul. Mais do que cenário para 50 ambientes assinados por 67 profissionais, o endereço – patrimônio afetivo da capital e desativado há mais de uma década – foi inteiramente restaurado para abrigar a mostra, que segue até 12 de outubro. Sob o tema Semear Sonhos, a edição propõe uma reflexão sobre o futuro das cidades, da arquitetura e das relações humanas, com a particularidade de deixar ao espaço melhorias permanentes, como auditório, áreas revitalizadas e potencial de uso comunitário.

O prédio de 1977, que abrigou por anos uma creche voltada a famílias em situação de vulnerabilidade, passou por uma recuperação estrutural completa. Entre os destaques, está o novo auditório, idealizado pelo arquiteto Paulo César Galante Siqueira em parceria com a Paper House. Com reforma realizada em tempo recorde de 25 dias, o ambiente integra iluminação, acústica e revestimento em uma única membrana plissada, além de câmeras com inteligência artificial capazes de fazer reconhecimento facial, análise de humor e transmissão de eventos em tempo real. A tecnologia, segundo Paulo, foi pensada para facilitar o uso e reduzir custos de manutenção, garantindo a continuidade da atividade no espaço.

Na área expositiva, diferentes propostas revelam o diálogo entre memória e contemporaneidade. A parceria entre pai e filha, George e Júlia Zardo, se materializa no Loft Z, ambiente que promove a integração total entre áreas internas, piscina e paisagismo, com uso de materiais naturais, elementos rústicos e obras autorais de Júlia, também artista plástica. Já Maria Paula Leite e Carol Almo, do Studio Vínculo, apresentam História de um Jantar, instalação que percorre diferentes períodos da história brasileira – do Barroco a JK – reunindo arte sacra, prataria da República, peças de Sérgio Rodrigues e Jorge Zalszupin, além de obras de nomes como Di Cavalcanti e Rubem Valentim, sob curadoria de Antônio Aversa.

Outro destaque é a Casa Verde, da arquiteta Deborah Pinheiro, que propõe uma sala de estar integrada ao jardim com paredes de taipa, mobiliário mineiro dos séculos XIX e XX e obras de arte autorais, criando um refúgio que valoriza texturas, cores e elementos afetivos.

A programação cultural amplia o alcance da mostra, com oficinas de aquarela, bordado, cerâmica, porcelana e crochê, ministradas por artistas como Mirian Lindgren, Keyla Leal, Mariana Sturzenegger, Clara Rosa e Alana Viana. Em parceria com entidades como a Caixa e o Instituto Coca-Cola Brasil, o evento ainda prevê capacitações e projetos educacionais voltados a mais de 200 mil jovens.

Três espaços gastronômicos, um Lounge BRB com drinks exclusivos e apresentações musicais semanais completam a experiência, reunindo grupos e artistas da cena local como Marias Rosa Choque, Victor Tadeu Trio, Fernanda Pinho Trio, In Trio, Meoly Trio, Procurados Blues Band e O Bando.