Biblioteca de Pequim tem design inspirado na árvore ginkgo e no Grande Canal da China – Fotos: Reprodução / Instagram

Em um ano marcado pela valorização de espaços que reinventam a experiência cultural, a revista TIME elegeu a Biblioteca Municipal de Pequim como um dos 100 melhores lugares do mundo para visitar em 2025. Projetada pelo renomado escritório norueguês Snøhetta em parceria com o ECADI (East China Architectural Design & Research Institute), a biblioteca vai muito além do conceito tradicional de um espaço de leitura: é um marco de integração entre tecnologia, natureza e cultura milenar chinesa.

Inspirada nas formas orgânicas da árvore ginkgo — símbolo ancestral de resistência e longevidade — e no histórico Grande Canal da China, a biblioteca se abre como uma imensa floresta arquitetônica. Colunas sinuosas e envolventes, que evocam troncos de árvores, sustentam um telhado em forma de dossel, com aberturas delicadas que filtram a luz natural como se fosse sol entre as folhas.

No interior, destaca-se o maior salão de leitura do mundo, com impressionantes 21.000 m². O espaço combina design biomimético e soluções sustentáveis, como fachadas revestidas com painéis solares, reaproveitamento de água da chuva e um sistema automatizado de organização e empréstimo de livros. É um ambiente onde tecnologia e contemplação coexistem de forma fluida.

Biblioteca de Pequim tem o maior salão de leitura do mundo

Uma biblioteca para o século XXI

O Snøhetta, reconhecido por projetos que exploram a conexão emocional entre o ser humano e o espaço, concebeu a biblioteca não como um repositório estático de conhecimento, mas como um centro vivo de cultura, aprendizado e encontro social. Além do acervo literário, o local oferece experiências de realidade virtual, espaços interativos, salas para exposições, performances, conferências e até mesmo áreas dedicadas à restauração de livros antigos.

A estrutura é articulada em torno de um fórum central de 16 metros de altura, um átrio monumental que acolhe os visitantes e serve como eixo de circulação. Rodeado por terraços curvos em diferentes níveis, o fórum remete à geografia suave do rio Tonghui, que passa próximo ao local.

Entre a cidade e a memória

Com árvores reais de ginkgo plantadas nas entradas e pequenos nichos de leitura embutidos nas “colinas interiores”, a Biblioteca de Pequim transforma o ato de ler em uma experiência sensorial completa. O espaço celebra o passado e o futuro da cidade, promovendo uma visão de biblioteca como núcleo urbano afetivo, inclusivo e sustentável — um verdadeiro símbolo da reinvenção do espaço público.

A TIME destacou a biblioteca não apenas por sua escala ou inovação tecnológica, mas pela maneira como ela constrói pontes entre pessoas, livros e paisagens — algo raro e profundamente necessário em um mundo cada vez mais desconectado de seus ritmos naturais e afetivos.

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