O segmento de viagens de alto padrão vive um novo ciclo de expansão, impulsionando companhias aéreas internacionais a investir em cabines de primeira classe cada vez mais exclusivas. Em um cenário no qual parte do mercado reduziu a oferta desse produto, empresas europeias, asiáticas e australianas apostam em experiências personalizadas para atrair passageiros dispostos a pagar mais por conforto e privacidade.

A Airfrancel lançou uma versão atualizada de sua primeira classe, a La Première, incorporando suítes individuais com múltiplas janelas, assentos amplos, chaise longue e entretenimento

A Air France está entre as companhias que lideram esse movimento. A aérea francesa lançou uma versão atualizada de sua primeira classe, a La Première, incorporando suítes individuais com múltiplas janelas, assentos amplos, chaise longue e tecnologia de entretenimento aprimorada. O conceito vai além do voo, com serviços dedicados em solo, como atendimento personalizado, traslados na pista e experiências exclusivas nos lounges.

Enquanto nos Estados Unidos o número de assentos de primeira classe diminuiu nos últimos anos, o interesse por luxo a bordo cresce em outros mercados. A Lufthansa, por exemplo, introduziu a primeira classe Allegris, que aposta em personalização total do ambiente, com controle individual de temperatura, iluminação e ajustes feitos digitalmente. A nova configuração começou a operar em aeronaves Airbus A350 e deve ser expandida gradualmente.

A Lufthansa introduziu a primeira classe Allegris, que aposta em personalização total do ambiente, com controle individual de temperatura, iluminação e ajustes feitos digitalmente

No Japão, a Japan Airlines reformulou sua cabine de primeira classe com foco em espaço e tecnologia. As novas suítes oferecem áreas significativamente maiores, portas de acesso amplas e soluções inéditas de áudio, permitindo que passageiros utilizem tanto fones de ouvido quanto sistemas integrados aos assentos.

Outras companhias também se preparam para lançar produtos semelhantes nos próximos anos. A Singapore Airlines planeja apresentar uma nova geração de suítes como parte de um amplo programa de renovação de frota e cabines, enquanto a British Airways trabalha em uma primeira classe redesenhada para seus Airbus A380 e futuros Boeing 777-9.

A Cathay Pacific e a Qantas seguem a mesma direção. A empresa de Hong Kong prepara uma nova cabine para sua frota de longo curso, enquanto a aérea australiana Qantas prevê uma primeira classe exclusiva em voos ultralongos que ligarão diretamente a Austrália a destinos como Nova York, Paris e Londres a partir de 2027.

A aérea australiana Qantas prevê uma primeira classe exclusiva em voos ultralongos que ligarão diretamente a Austrália a destinos como Nova York, Paris e Londres a partir de 2027

A estratégia reflete a leitura das companhias de que, mesmo em um ambiente de maior seletividade no setor aéreo, há demanda consistente por experiências premium, sobretudo entre viajantes corporativos e de alto poder aquisitivo. Nesse contexto, a primeira classe volta a ocupar um papel central na diferenciação das marcas no mercado global de aviação.