fusão de estilos

Dior celebra laços entre França e Japão com desfile sob as cerejeiras em Kyoto

Por Marlyana Lima - Em 22/04/2025 às 12:12 AM

Desfile Dior Em Kyoto (6)

Desfile Dior, em Kyoto

A Maison Dior escreveu mais um capítulo de sua história com um desfile poético e cinematográfico no templo milenar To-ji, em Kyoto, no Japão. À sombra de cerejeiras em plena floração e em meio à atmosfera cerimonial de um dos locais mais sagrados do budismo esotérico, Maria Grazia Chiuri apresentou a coleção Outono 2025, reafirmando os profundos laços entre a alta-costura francesa e a tradição japonesa.

O cenário escolhido é, por si só, uma ode à delicadeza e à atemporalidade: o templo To-ji, datado de 1756, foi cuidadosamente preparado para receber cerca de 600 convidados — entre artistas, editores, clientes da maison e nomes influentes do mundo digital. Em uma noite fria de oito graus, o silêncio reverente e a beleza do local deram o tom do desfile.

Sob o céu de Kyoto, a diretora criativa da Dior revisitou e reimaginou as conexões entre a maison e a estética japonesa, que remontam aos anos 1950. Desde as primeiras apresentações em Tóquio e Osaka pelo lendário Marc Bohan até colaborações com artesãos tradicionais como os do ateliê Tatsumura, a inspiração nipônica sempre encontrou espaço na narrativa visual da Dior.

Nesta coleção, Maria Grazia foi influenciada pela exposição Love Fashion: In Search of Myself, realizada em Kyoto, que propôs um olhar sobre como o vestuário japonês dialoga com a subjetividade e o corpo. Em seu desfile, esse conceito se materializou em peças que equilibram rigor e poesia: vestidos estruturados, saias amplas, bordados metalizados em forma de flores, e a reinterpretação dos icônicos Diorcoat e Diorpaletot — originalmente criados para serem usados sobre kimonos.

Jacquards finamente tecidos, estampas tradicionais e técnicas artesanais — incluindo a colaboração com um artesão nonagenário que já havia trabalhado com a maison décadas atrás — exaltaram a maestria dos ateliês da Dior, que seguem transmitindo savoir-faire com precisão e emoção.

Ao longo dos jardins do templo, a fila A serpenteava entre lanternas de pedra e árvores em flor, criando uma passarela natural para uma coleção que é, antes de tudo, uma celebração da mulher Dior contemporânea: poderosa, elegante e em constante reinvenção.

Maria Grazia Chiuri, como poucas vozes da moda hoje, traduz tradição em vanguarda. Com sua liderança sensível e visão global, ela reafirma que a elegância pode (e deve) ter raízes profundas — mas com os olhos voltados ao futuro.

Confira alguns momentos do desfile:

Mais notícias

Ver tudo de Notas