eleição do Pontífice
Entenda o conclave: como será a escolha do novo papa após a morte de Francisco
Por Marlyana Lima - Em 22/04/2025 às 12:56 AM

Cerimônia reunirá cardeais de toda a Igreja católica – Foto: RogérioFrazão/. Agência Brasil
Com a morte do papa Francisco, o Vaticano inicia o processo para eleger o novo líder da Igreja Católica. O ritual centenário do conclave — do latim cum clave, “fechado à chave” — será novamente posto em prática, com os cardeais reunidos em sigilo absoluto na Capela Sistina, de onde sairá a fumaça branca que sinaliza ao mundo a eleição do novo pontífice.
Dos 252 cardeais que hoje compõem o Colégio Cardinalício, 149 foram nomeados por Francisco ao longo de seu pontificado, o que sinaliza o peso de seu legado também na sucessão. O total de cardeais com direito a voto é de 135, todos com menos de 80 anos — embora o número máximo estabelecido para eleitores seja 120, exceções são possíveis.
Antes da votação, o Vaticano passa por um período de luto de nove dias, durante o qual são realizados os ritos fúnebres e o sepultamento do papa. Neste período, o Colégio Cardinalício, com apoio do carmelengo — atualmente o irlandês Kevin Farrell, que assume a administração do Vaticano durante a Sé Vacante — organiza os preparativos para o conclave.
O processo de eleição inclui reuniões gerais entre os cardeais, onde se discutem os desafios da Igreja e se traçam os perfis dos possíveis sucessores. A votação ocorre na Capela Sistina, em sessões matutinas e vespertinas, com até quatro votações por dia. Para ser eleito, o candidato precisa de pelo menos dois terços dos votos. O escolhido pode ser qualquer católico batizado, embora historicamente os papas sejam eleitos entre os cardeais presentes.
No momento da escolha, cada cardeal deposita seu voto em uma urna especial. As cédulas são contadas por três escrutinadores e queimadas no tradicional fogareiro: a fumaça preta sinaliza que não houve consenso; a branca, o nascimento de um novo papa. O anúncio é feito na varanda da Basílica de São Pedro com o célebre “Habemus Papam”, seguido da primeira bênção do novo pontífice.
Presença brasileira no conclave
O Brasil terá sete cardeais com direito a voto no próximo conclave. São eles:
João Braz de Aviz (77), arcebispo emérito de Brasília;
Odilo Scherer (75), arcebispo de São Paulo;
Leonardo Ulrich Steiner (74), arcebispo de Manaus;
Orani Tempesta (74), arcebispo do Rio de Janeiro;
Sérgio da Rocha (65), arcebispo de Salvador;
Jaime Spengler (64), arcebispo de Porto Alegre e presidente da CNBB;
Paulo Cezar Costa (57), arcebispo de Brasília.
Dom Raymundo Damasceno Assis, arcebispo emérito de Aparecida, com 87 anos, não votará por ultrapassar a idade limite. Em entrevista coletiva nesta segunda, Dom Raymundo destacou que a escolha do novo papa “não é política, é um ato de fé”. Segundo ele, o processo é marcado por oração e silêncio: “É uma ação do Espírito Santo. O voto de cada cardeal é guiado pela consciência do que é melhor para a Igreja neste momento”.

Dom Raymundo Damasceno Assis, atual arcebispo emérito de Aparecida (SP) quando recebeu o Papa
O colégio eleitoral atual reflete a visão descentralizada de Francisco: 80% dos cardeais com direito a voto foram escolhidos por ele. Entre os 252 cardeais do mundo, há representação de todos os continentes: 114 são europeus, 37 asiáticos, 32 sul-americanos, 29 africanos, 28 norte-americanos, oito da América Central e quatro da Oceania.
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