Saúde feminina
FDA autoriza nos EUA medicamento diário para baixa libido em mulheres na menopausa
Por Paulla Pinheiro - Em 22/12/2025 às 10:09 AM

Addyi, medicamento não hormonal aprovado pela FDA para tratar a baixa libido feminina, agora tem indicação ampliada para mulheres após a menopausa
O debate sobre saúde sexual feminina voltou ao centro das atenções nos Estados Unidos com a decisão da Food and Drug Administration (FDA) de ampliar a indicação do Addyi — medicamento popularmente apelidado de “viagra feminino” — para mulheres que já passaram pela menopausa, inclusive acima dos 65 anos. A autorização reposiciona um fármaco que está no mercado desde 2015 e que, até então, tinha uso restrito a mulheres em pré-menopausa com sofrimento emocional associado à redução do desejo sexual. A FDA, vale lembrar, exerce papel equivalente ao da Agência Nacional de Vigilância Sanitária no Brasil.
Desenvolvido pela Sprout Pharmaceuticals, o Addyi tem como princípio ativo a flibanserina, substância inicialmente estudada como antidepressivo. Seu diferencial está na atuação direta sobre neurotransmissores como dopamina, norepinefrina e serotonina, associados ao desejo e à motivação. Ao longo dos estudos clínicos — que envolveram cerca de 13 mil participantes — observou-se redução do sofrimento ligado à queda do desejo sexual, quadro conhecido tecnicamente como transtorno do desejo sexual hipoativo. Ainda assim, desde a primeira aprovação, o medicamento sempre caminhou cercado de cautela, em razão de eficácia considerada modesta e de efeitos colaterais que variam de tontura, náusea e fadiga a episódios de hipotensão e desmaio, especialmente quando associado ao consumo de álcool.
A ampliação da indicação reacende também uma discussão mais ampla. Embora o apelido tenha se popularizado, especialistas fazem questão de diferenciar: não se trata de um equivalente direto ao Viagra masculino. Enquanto medicamentos voltados aos homens avaliam respostas físicas objetivas, como ereção, o Addyi atua sobre o desejo — um campo subjetivo, influenciado por múltiplos fatores hormonais, emocionais e comportamentais. Por isso, os resultados variam de mulher para mulher e dificilmente se resumem a uma solução única. Questões como menopausa, saúde mental, sobrecarga, qualidade do relacionamento e estilo de vida seguem no centro dessa conversa.
Por ora, o medicamento segue sem previsão de chegada ao Brasil.
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