simplicidade
Francisco deixa instruções para sua despedida: cerimônia modesta e sem ostentação
Por Marlyana Lima - Em 21/04/2025 às 6:55 PM

Francisco deu instruções para ser sepultado na Basílica de Santa Maria Maggiore, em Roma
O Papa Francisco deixou instruções claras e emocionantes para seu funeral — condizentes com o estilo de vida humilde e com os valores de simplicidade e solidariedade que marcaram seu papado. O pontífice, nascido Jorge Mario Bergoglio, determinou que sua despedida ocorra de maneira sóbria, sem ostentação, com foco na oração e na reflexão espiritual.
O Pontífice confirmou no seu testamento divulgado nesta segunda-feira (21) que desejava ser enterrado na Basílica de Santa Maria Maggiore, em Roma, e não na Basílica de São Pedro, no Vaticano, ao contrário de muitos pontífices anteriores.
Segundo fontes próximas ao Vaticano, Francisco pediu que a cerimônia ocorra com “pobreza evangélica”, com ênfase no essencial e em conformidade com os princípios de humildade cristã. Diferente de seus antecessores, o Papa optou por abrir mão de muitos dos rituais tradicionais que envolvem a despedida de um Sumo Pontífice.
As instruções do Papa incluem:
Cerimônia simples na Praça São Pedro, com liturgia centrada na Palavra e na Eucaristia, sem pompas excessivas.
Caixão de madeira simples, sem ornamentações em ouro ou metais preciosos.
Ausência de homenagens formais de chefes de Estado durante o funeral, substituídas por momentos de oração universal silenciosa.
Música sacra minimalista, com destaque para coros litúrgicos e cantos gregorianos.
Pedidos para que os recursos gastos em coroas de flores e homenagens sejam revertidos em doações a projetos sociais, especialmente os voltados a refugiados, moradores de rua e populações indígenas.
Sua lápide deve ter apenas um nome: Francisco!
Um detalhe que comoveu membros da Cúria foi a mensagem escrita por Francisco há cerca de dois anos, guardada na Secretaria de Estado do Vaticano, onde ele expressava o desejo de ser lembrado não como “um Papa político ou reformador”, mas como “um irmão entre os irmãos, servo de Cristo e dos pobres”.
O porta-voz do Vaticano, Matteo Bruni, afirmou em coletiva de imprensa que a preparação para o funeral já segue as orientações deixadas por Francisco e que a Santa Sé respeitará integralmente seus desejos. “A vontade do Santo Padre sempre foi a de aproximar a Igreja dos humildes. Mesmo na morte, ele nos dá um testemunho de coerência e fé”, disse Bruni.

Papa sempre rezava na capela dedicada à Maria antes e depois de suas viagens
Francisco foi o primeiro Papa latino-americano, o primeiro jesuíta a ocupar o trono de Pedro e o primeiro a adotar o nome de São Francisco de Assis, símbolo da pobreza e da fraternidade. Ao longo de seu pontificado, rejeitou luxos, preferiu viver em uma residência simples na Casa Santa Marta e constantemente defendeu os marginalizados, os migrantes, o meio ambiente e a justiça social.
A data exata do funeral será divulgada nas próximas horas, mas a expectativa é que a cerimônia aconteça entre quinta (25) e sexta-feira (26), com presença de milhares de fiéis, representantes de diferentes religiões e líderes mundiais, ainda que em caráter discreto, como o próprio pontífice pediu.
Mesmo na morte, Francisco dá continuidade à revolução silenciosa que marcou sua liderança: uma Igreja mais próxima das pessoas, despojada e voltada ao essencial.
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