Haroldo Costa, ator negro pioneiro e um dos nomes centrais da cultura carioca, morre aos 95 anos

Rio em Luto

Por Julia Fernandes Fraga - Em 14/12/2025 às 4:59 PM

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Haroldo além de ator, foi produtor, diretor, jornalista e comentarista de carnaval. Foto: Reprodução/Instagram

Morreu nesse sábado (13), aos 95 anos, no Rio de Janeiro, o ator, produtor, diretor, jornalista e comentarista de carnaval Haroldo Costa. A informação foi confirmada pela família por meio das redes sociais. Ele enfrentava problemas de saúde em decorrência da idade avançada e havia passado por internações recentes.

O velório e o sepultamento, por decisão da viúva Mary Marinho, serão realizados no Cemitério São Francisco Xavier (Caju), na capela E, nesta segunda-feira (15), das 10h às 14h.

Ator negro pioneiro

Nascido no Rio, Haroldo Costa iniciou a carreira artística no Teatro Experimental do Negro, fundado por Abdias do Nascimento. No teatro, alcançou destaque ao interpretar o protagonista da peça “Orfeu da Conceição” e entrou para a história como o primeiro ator negro a atuar no Theatro Municipal do Rio. Também participou da montagem de “O Filho Pródigo”, ao lado de nomes como Ruth de Souza, Grande Otelo e Milton Gonçalves.

Na televisão, atuou em produções da TV Globo, como a minissérie “Chiquinha Gonzaga” (1999), no papel de Raymundo da Conceição, e “Suburbia” (2012), interpretando Aloysio. Além da atuação, trabalhou como diretor de musicais e foi diretor e jurado de programas de auditório, tendo dirigido artistas como Dercy Gonçalves, Chacrinha e Moacyr Franco.

Literatura e Arte

Como autor, publicou livros sobre o carnaval carioca, entre eles “Salgueiro: Academia de Samba” (1984), “100 Anos de Carnaval no Rio de Janeiro” (2001) e “Ernesto Nazareth – Pianeiro do Brasil” (2005). Também assinou a produção e direção de espetáculos musicais ligados ao samba.

Em 2023, Haroldo foi um dos curadores da exposição “Heitor dos Prazeres é meu nome”, no CCBB-Rio, ao lado de Raquel Barreto e Pablo León de La Barra.

Paixão pelo Carnaval

Além das obras lançadas sobre a temática, o carioca integrou o corpo oficial de jurados da Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa) e também do Estandarte de Ouro. Deixou a função na Liesa em 1963, após se tornar torcedor da Acadêmicos do Salgueiro. A escola, em suas redes sociais, lamentou a partida e definiu Haroldo Costa como “um dos pilares vivos da história” da agremiação.