Iris Van Herpen apresentou a coleção Sympoiesis em Paris

Na Semana de Alta-Costura em Paris, a estilista holandesa Iris Van Herpen mais uma vez ultrapassou os limites entre moda, ciência e arte ao apresentar uma coleção que parece saída de um futuro aquático. O ponto alto do desfile, realizado nesta segunda-feira (7), foi o vestido “vivo” usado pela modelo Stella Maxwell, criado a partir de 125 milhões de algas bioluminescentes da espécie Pyrocystis lunula.

O look, desenvolvido em parceria com o biodesigner Chris Bellamy, faz parte da coleção Sympoiesis e responde ao movimento do corpo emitindo luz própria — um fenômeno natural das algas que habitam profundezas de até 50 metros nos oceanos. A peça precisa ser mantida em condições de temperatura e umidade específicas para que as algas continuem vivas e possam se reproduzir no tecido, tornando o vestido ainda mais luminoso com o tempo.

O desfile, imersivo e repleto de hologramas, combinou tecnologia de ponta com um olhar poético sobre a natureza, uma assinatura da estilista há quase duas décadas.

Entre outras inovações, a coleção trouxe vestidos feitos com uma organza ultraleve, que pesa apenas cinco gramas por metro quadrado. O tecido flutua ao redor do corpo como águas-vivas em movimento.

Nos looks finais, em clima de noiva do futuro, surgem criações confeccionadas com uma fibra desenvolvida pela empresa japonesa Spiber, obtida a partir de proteína fermentada da cana-de-açúcar — um material que imita a resistência e a leveza da seda, sem origem animal.

Van Herpen também deu continuidade à sua pesquisa sobre moda cinética, desta vez colaborando com o artista Casey Curran em estruturas que se movem organicamente com o corpo. E, ampliando os sentidos, uniu forças com o perfumista Francis Kurkdjian para criar uma fragrância inspirada nas profundezas do mar, que foi liberada no ar durante o desfile, reforçando a experiência imersiva.

Veja alguns looks do desfile: