Em São Paulo, o restaurante O Alaric é pioneiro nesse formato no país.

A cena gastronômica brasileira ganha um novo capítulo com a chegada do jantar holográfico. A proposta combina alta cozinha, tecnologia de projeção mapeada e narrativa sensorial, oferecendo uma experiência em que imagem, som e sabor se entrelaçam.

Em São Paulo, o restaurante O Alaric é pioneiro nesse formato no país. Durante duas horas, os clientes percorrem um menu de oito etapas criado pelo chef Cadu Alves, referência em gastronomia molecular. Cada prato é acompanhado por projeções digitais e trilhas sonoras que reforçam a experiência sensorial. Uma experiência sofisticada, digital e interativa, que custa em média mais de R$ 1 mil por pessoa.

Entre as criações, estão combinações inusitadas como chips de batata transparente, espuma de leite de tigre, marshmallow de limão siciliano e uvas gaseificadas. “O cardápio foi pensado como parte da dramaturgia. A comida se integra ao ambiente e ajuda a contar uma história”, explica o chef. Para Lilian Ronchel, sócia do espaço e diretora criativa da Class TechExperience, o objetivo é “provocar encantamento e transportar o público para outro tempo e espaço”.

Cada prato é acompanhado por projeções digitais e trilhas sonoras que reforçam a experiência sensorial

O formato já é consagrado no exterior. O exemplo mais conhecido é o Le Petit Chef, criado pelo coletivo belga Skullmapping, em que um chef animado em 3D conduz os convidados em aventuras projetadas sobre a mesa. Hoje, o espetáculo está presente em mais de 90 locais no mundo, incluindo hotéis de luxo e cruzeiros, com ingressos que ultrapassam US$ 200 por pessoa.

Enquanto o Le Petit Chef aposta em leveza e humor, O Alaric se diferencia pela atmosfera mais sofisticada e abstrata. Ambos, no entanto, representam a mesma tendência global: transformar a refeição em performance artística.

A expansão desse mercado depende da atualização constante de menus e projeções, além do equilíbrio entre a inovação e os altos custos de produção. Mas o apelo por experiências exclusivas e “instagramáveis” indica que o jantar holográfico tem espaço para crescer no Brasil, repetindo o sucesso internacional.