Força da madeira
Japan House São Paulo revela a arte milenar da carpintaria japonesa em nova exposição
Por Paulla Pinheiro - Em 11/11/2025 às 12:31 AM

Mostra “Imbuídos das forças das florestas do Japão – Mestres da carpintaria: habilidade e espírito”, na Japan House São Paulo – Foto: David Barkan
A Japan House São Paulo abre, nesta terça-feira (11), uma exposição que convida o visitante a atravessar simbolicamente as florestas japonesas para entender um ofício que moldou templos, casas de chá e a própria relação do país com a madeira. No térreo da instituição, a mostra “Imbuídos das forças das florestas do Japão – Mestres da carpintaria: habilidade e espírito” apresenta, com entrada gratuita, a técnica refinada dos carpinteiros japoneses — artesãos que constroem sem pregos, guiados por precisão milenar e profundo respeito pela natureza.
Com curadoria do pesquisador Marcelo Nishiyama, diretor associado do Takenaka Carpentry Tools Museum, em Kobe, a exposição chega a São Paulo após passar por Londres e Los Angeles. Aqui, ganha desdobramento em março de 2026, quando será aberta uma segunda parte dedicada ao kigumi, sistema de encaixes em madeira que estrutura templos e pavilhões e também compõe a fachada da própria JHSP, erguida com mais de seis toneladas de hinoki, o cipreste japonês de aroma inconfundível.
O percurso revela dois universos da carpintaria tradicional: o dos dōmiya daiku, responsáveis por arquitetura religiosa — templos e santuários — e o dos sukiya daiku, especialistas em casas de chá. Um dos pontos altos da mostra é justamente a réplica, em escala real, da Casa de Chá Sa-an, do templo Daitoku-ji Gyokurin-in, de Quioto. Construída originalmente em 1742, a estrutura aparece parcialmente aberta para que o público possa observar detalhes que, no cotidiano, permaneceriam invisíveis: a trama dos bambus, a textura das madeiras e a inteligência construtiva que sustenta o espaço.
Ferramentas também têm protagonismo. São 87 exemplares de instrumentos tradicionais — serrotes, plainas, formões — que ajudam a compreender a sofisticação do ofício e a diversidade de métodos que atravessam gerações. Para facilitar essa imersão, o público encontra QR codes com conteúdos complementares, além de vídeos e fotos que ampliam a experiência.
E, como não poderia faltar um convite sensorial, uma instalação imersiva conduz os visitantes a uma “floresta” de aromas, onde é possível reconhecer essências como hinoki, sugi (cedro japonês) e cerejeira, entre outras espécies emblemáticas do Japão. Na semana de abertura, a programação se estende com visitas guiadas e palestra do próprio curador, enquanto ao longo dos meses a JHSP promoverá ações ligadas às temáticas da mostra.
Todos os espaços oferecem recursos de acessibilidade — itens táteis, audiodescrição e vídeos em Libras — reforçando o compromisso da instituição com uma experiencia inclusiva e plural.
- Mostra na Japan House São Paulo – Foto: David Barkan
- Mostra na Japan House São Paulo – Foto: David Barkan
- Mostra na Japan House São Paulo – Foto: David Barkan
- Mostra na Japan House São Paulo – Foto: David Barkan
- Mostra na Japan House São Paulo – Foto: David Barkan
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