Marilyn Monroe, obra de Andy Warhol, 1967

O universo colorido, provocativo e imortal de Andy Warhol invade São Paulo a partir de 1º de maio, com uma das exposições mais aguardadas dos últimos tempos. Em cartaz no Museu de Arte Brasileira da Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP), a mostra reunirá quase 600 obras do gênio da Pop Art americano, incluindo peças icônicas como os retratos de Elvis Presley, Marilyn Monroe, Jacqueline Kennedy e a monumental “The Last Supper” — releitura de A Última Ceia, de Leonardo da Vinci.

Avaliada em centenas de milhões de dólares, a coleção chega ao Brasil sob logística digna de operações militares. As obras vieram do Museu Andy Warhol, em Pittsburgh, cidade natal do artista, transportadas por três diferentes caminhões e aviões, em datas e horários distintos. A medida drástica tem motivo: proteger o acervo de riscos durante a viagem internacional, evitando que qualquer imprevisto comprometa um conjunto inestimável da história da arte.

Além disso, o cenário político americano contribuiu para a tensão. Com Donald Trump novamente nos holofotes e sinalizando cortes em fundos culturais e uma reescrita conservadora da história dos Estados Unidos, museus do país estão sob pressão. Pessoas envolvidas na organização da exposição comemoram o fato de o contrato ter sido assinado antes da atual onda de censura cultural. Ainda assim, há relatos de que liberações de acervo têm se tornado cada vez mais difíceis.

The Last Supper, obra de Andy Warhol que faz uma releitura de ‘A Última Ceia’

A montagem da exposição, que segue em ritmo acelerado durante o feriado, é acompanhada por equipes técnicas dos EUA, que supervisionam cada detalhe com absoluto rigor. O resultado será um verdadeiro mergulho no legado multifacetado de Warhol — desde a série “Campbell’s Soup Cans” até “Death and Disaster”, que inclui a rara representação do monte Vesúvio em cores technicolor.

Outros destaques incluem as polaroids de celebridades, filmes autorais que serão exibidos em três salas distintas, e imagens do próprio Warhol — uma ode à sua sensibilidade artística e à fluidez de sua identidade.

Com curadoria de impacto e uma montagem imersiva, a exposição promete ser um evento de moda, arte e comportamento, revelando as múltiplas faces de Warhol: o provocador, o visionário, o ícone. Um convite para contemplar o poder da imagem em uma era de constante transformação.

Moonwalk, de Andy Warhol, 1987