luto na imprensa
Morre Jaguar, cartunista e fundador de O Pasquim, aos 93 anos
Por Marlyana Lima - Em 24/08/2025 às 4:45 PM

Carioca de senso crítico apurado, Jaguar foi um dos fundadores do Pasquim
Ele foi oficialmente registrado como Sérgio de Magalhães Gomes Jaguaribe, mas o Brasil o conhece simplesmente pelo nome de artista: Jaguar!. O cartunista que ajudou a escrever páginas da história do País com suas criações inteligentes e sarcásticas, morreu neste domingo (24), no Rio de Janeiro, aos 93 anos. A informação foi confirmada por sua viúva, Celia Regina Pierantoni.
Figura central do humor gráfico e da imprensa alternativa no Brasil, Jaguar foi um dos fundadores de O Pasquim, semanário satírico criado em plena ditadura militar, e autor de personagens inesquecíveis como o rato Sig, Gastão, o Vomitador, e Bóris, o Homem-Tronco.
Carioca de nascimento e coração, Jaguar foi também um dos fundadores da Banda de Ipanema, bloco carnavalesco formado por jornalistas, artistas e cartunistas, que permanece ativo até hoje.
O cartunista publicou dois livros: Em Ipanema – Se Não Me Falha a Memória (2000), relembrou os “anos gloriosos” dos anos 1960 e 1970 no bairro, e Já Confesso Que Bebi (2001) reúne causos pessoais e sua peregrinação por bares cariocas.
Apesar de ter começado a desenhar ainda menino, Jaguar não se via como referência na área. “Desenho mal até hoje, é que eu engano muito”, afirmou em entrevista à ABI em 2009.
Personagens inesquecíveis
Ainda assim, criou figuras marcantes. O mais célebre foi o ratinho Sig, inspirado no amigo Hugo Bidê e em Sigmund Freud, que surgiu a partir de um trabalho encomendado para o lançamento da cerveja Skol. A tirinha Chopnics deu origem ao personagem, que depois virou símbolo de O Pasquim.
Fundado em junho de 1969, O Pasquim surgiu em plena vigência do AI-5, e se tornou símbolo do jornalismo alternativo e do humor político no Brasil. Jaguar foi um dos fundadores, ao lado de Sérgio Cabral, Claudius Carlos Prósperi e Tarso de Castro.
Passaram pela redação nomes como Millôr Fernandes, Ziraldo, Henfil, Paulo Francis, Ivan Lessa e Sérgio Augusto. O nome do jornal foi sugestão de Jaguar, inspirado no termo italiano Paschino, que designava panfletos difamatórios.
O detalhes do sepultamento de Jaguar ainda não foram definidos.
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