Cultura, arte e história
Museu Nacional reabre portas e resgata memória do Patrimônio Brasileiro
Por Aflaudisio Dantas - Em 02/07/2025 às 10:34 AM

Museu abriu as portas parcialmente, com 75% das obras finalizadas Fotos: Agência Brasil
Após sete anos marcados pela reconstrução, o Museu Nacional do Rio de Janeiro começa a reescrever sua história. O palácio que abrigava a mais antiga instituição científica do país, destruído por um incêndio em 2018, reabriu parcialmente ao público com uma exposição que celebra não só a memória do acervo perdido, mas também o esforço coletivo para restaurar o orgulho de um dos maiores museus da América Latina. A mostra “Entre Gigantes: uma experiência no Museu Nacional” marca essa retomada, oferecendo uma visita gratuita até 31 de agosto e revelando um novo capítulo para a instituição.
Um dos primeiros itens visíveis ao entrar no museu é o meteorito Bendegó, de 5,6 toneladas, que sobreviveu às chamas e hoje ocupa posição de destaque logo na entrada. Poucos passos adiante, os olhos se voltam para o esqueleto de um cachalote de 15,7 metros de comprimento, suspenso sob uma imponente claraboia instalada no pátio central. A instalação dessa peça monumental não só encanta visualmente como também reforça o compromisso da nova museografia em valorizar a ciência e a grandiosidade da natureza.
O percurso da exposição conduz o visitante por três ambientes: um corredor que simula a floresta, um espaço dedicado ao oceano e um terceiro voltado à reconstrução da história. Nele, fragmentos do crânio de Luzia, o fóssil humano mais antigo já encontrado nas Américas, compartilham espaço com esculturas em mármore de Carrara que resistiram ao fogo. Elementos contemporâneos, como obras do artista indígena Gustavo Caboco, acrescentam camadas de reflexão sobre o Brasil de ontem e de hoje, unindo passado, presente e futuro em uma experiência imersiva.
Mesmo com parte das obras ainda em andamento, mais de 75% da fachada e 80% do telhado já foram restauraóodos. O museu já dá sinais claros de sua transformação. Uma nova claraboia de 30 toneladas foi instalada no local do antigo pátio interno, e elementos da arquitetura original, como janelas e escadarias, estão sendo meticulosamente recuperados para resgatar a imponência do antigo Palácio de São Cristóvão, residência da família real portuguesa no século XIX.
A reabertura também lança luz sobre o esforço de recomposição do acervo, devastado em grande parte pelo incêndio. Através do projeto Recompõe, mais de 14 mil itens já foram doados por instituições do Brasil e do exterior. Entre as peças mais emblemáticas está um manto tupinambá do século XVI, vindo do acervo do Museu Nacional da Dinamarca, que representa não só a riqueza das culturas originárias do Brasil, mas também a solidariedade internacional em torno da reconstrução da instituição.
Confira alguns registros do primeiro dia de funcionamento do museu após reconstrução:
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