O transatlântico de 111 anos está instalado em terra firme, em uma área aterrada em formato de âncora, na região conhecida por seus resorts à beira-mar

Um dos navios de passageiros mais antigos ainda existentes no mundo ganhou uma nova função. Construído em 1914, o SS Medina, que ao longo de mais de um século já foi cargueiro, embarcação militar, cruzeiro e até biblioteca flutuante missionária, hoje funciona como hotel de luxo na ilha de Bintan, na Indonésia.

Rebatizado de Doulos Phos The Ship Hotel, o transatlântico de 111 anos está instalado em terra firme, em uma área aterrada em formato de âncora, na região conhecida por seus resorts à beira-mar. A transformação foi conduzida pelo empresário de Cingapura Eric Saw, de 74 anos, que investiu 15 anos e grande parte da própria fortuna para evitar que o navio fosse desmontado como sucata. Ele arrematou a embarcação em leilão em 2010, por 900 mil euros (cerca de US$ 1,1 milhão), e iniciou o processo de restauração em 2015.

O projeto custou aproximadamente US$ 18 milhões (quase R$ 100 milhões). A embarcação foi retirada do mar com auxílio de guindastes e colocada sobre uma plataforma de concreto. O hotel preserva elementos originais, como cabines, seis botes salva-vidas e a hélice de grandes dimensões, mas também conta com modernizações, incluindo elevadores, sistemas de segurança e novas instalações hidráulicas.

Atualmente, o espaço oferece cerca de 100 cabines e suítes, algumas com janelas redondas típicas de navios e outras com varandas privativas. As diárias variam entre US$ 105 e US$ 235. Apesar do valor, Saw afirma receber apenas um salário simbólico de US$ 1 por ano, destinando o lucro do empreendimento a projetos sociais de inspiração cristã.

“O que dá significado a essa massa de aço é o que escolhemos fazer com ela”, disse o empresário, que se refere ao navio como “a grande dama dos mares”.