"Por toda a minha vida"

No mês dos 112 anos de Vinicius de Moraes, Museu de Arte do Rio abre extensa mostra de sua obra

Por Julia Fernandes Fraga - Em 20/10/2025 às 12:12 AM

Viniciusdemoraes

Vida e obra do Poetinha estão em cartaz no Museu de Arte do Rio. Foto: Reprodução/Site Vinicius de Moraes

Neste mês, o Museu de Arte do Rio (MAR) celebra os 112 anos de nascimento do poeta, diplomata e compositor Vinicius de Moraes com uma das exposições mais abrangentes já dedicadas à sua obra.

A mostra itinerante “Vinicius de Moraes: por toda a minha vida”, realizada pelo Farol Santander, mergulha na vida e na criação de um dos nomes centrais da cultura brasileira, e reúne mais de 300 itens — manuscritos, fotografias, vídeos, livros e obras de arte.

Destaque para o Retrato de Vinicius, pintado por Cândido Portinari e exibido pela primeira vez no Rio, e um espaço dedicado à Arca de Noé, com as ilustrações de Elifas Andreato que encantam gerações desde os anos 1970.

Com curadoria de Eucanaã Ferraz e Helena Severo da Costa, a exposição já passou por São Paulo e Porto Alegre, desembarcando na cidade natal do Poetinha nesse final de semana.

Vida e Obra

Nascido no Rio de Janeiro em 19 de outubro de 1913, Vinicius tornou o Rio cenário permanente de sua poesia, de suas canções e de sua vida. Da infância na Gávea às noites em Ipanema, a cidade seria mais que paisagem: personagem, musa e espelho. 

Aos nove anos, enquanto São Paulo vivia a Semana de Arte Moderna, Vinicius já escrevia seus primeiros versos. Estudante do Colégio Santo Inácio, formou um grupo musical com Paulo e Haroldo Tapajós, com quem assinou sua primeira letra gravada, Loira ou Morena (1932). No ano seguinte, publicou O Caminho para a Distância, seu livro de estreia, elogiado por Manuel Bandeira e Mário de Andrade.

Formou-se em Direito e foi diplomata entre 1946 e 1968 – aposentado pelo regime militar.

Mas foi nas parcerias musicais que encontrou sua expressão mais popular e universal. Com Tom Jobim, ajudou a moldar a Bossa Nova e o imaginário solar do Rio dos anos 1950. Com Toquinho, formou uma das duplas mais queridas da MPB, com mais de cem canções e cerca de mil apresentações.

O biógrafo Ruy Castro lembra que “quando se dizia que Vinicius era um ser plural, não estavam brincando”. Já Carlos Drummond de Andrade o definiu assim: “Ele tem o fôlego dos românticos, a espiritualidade dos simbolistas, a perícia dos parnasianos e o cinismo dos modernos”.

Vinicius de Moraes, partiu cedo, porém, em 9 de julho de 1980, aos 66 anos, devido a um edema pulmonar.

Serviço

Exposição “Vinicius de Moraes: Por Toda a Minha Vida”

Local: Museu de Arte do Rio (Praça Mauá, Rio de Janeiro)

Data: a partir de 18 de outubro/2025

Mais informações, acesse: Museu de Arte do Rio

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