CONEXÕES EXCLUSIVAS

O novo passaporte do poder: assinatura dá acesso a clubes privados e networking de elite

Por Marlyana Lima - Em 12/06/2025 às 5:06 PM

Soho House

Soho House São Paulo segue o modelo que vem sendo adotado pelos clubes internacionais mais exclusivos

Discrição, design, arte e acesso. Essa é a fórmula por trás dos clubes privados que estão transformando o turismo de luxo em uma experiência mais íntima, conectada e estratégica. Em vez de hotéis convencionais ou jantares lotados em restaurantes badalados, a nova elite global está buscando espaços como Soho House, Core Club, Aman Club e Silencio — verdadeiros oásis de curadoria cultural e networking seletivo espalhados pelas capitais mais influentes do planeta.

O fenômeno, que cresceu silenciosamente no pós-pandemia, está redefinindo o que significa “viajar bem”. Se antes o luxo era sinônimo de ostentação, agora ele é sobre pertencer ao lugar certo, com as pessoas certas.

Encontro do capital e lifestyle

Nascida em Londres, a Soho House já conta com mais de 40 unidades em destinos como Nova York, Berlim, Roma, Miami, Cidade do Cabo e, mais recentemente, São Paulo. A unidade brasileira, inaugurada em 2023 em um casarão histórico na Cidade Matarazzo, trouxe ao país o mesmo mix que consagrou a marca globalmente: sofisticação, criatividade e, claro, acesso.

Com anuidades que variam entre R$ 14 mil (acesso local) e R$ 23 mil (acesso global), os membros passam por um criterioso processo de curadoria. Não basta ter dinheiro — é preciso ter repertório, influência ou capital intelectual. Os perfis vão de fundadores de startups a curadores de arte, designers, atrizes e executivos de fundos internacionais.

Experiências únicas e conexões valiosas

Aman Club

Aman Club, em Nova York

Os clubes privados não são apenas sobre ambientes instagramáveis ou menus exclusivos. O verdadeiro luxo está na experiência fluida e sem intermediários. Vão desde eventos privados com speakers globais, colecionadores de arte e fundadores de empresas visionárias até espaços híbridos que misturam trabalho e lazer, como lounges, bibliotecas e rooftops com vista panorâmica.

Também oferecem  dormitórios boutique para membros em trânsito, com design sofisticado e serviços personalizados, além de bem-estar integrado, com aulas de ioga, spas, tratamentos holísticos e menus plant-based assinados.

Ideias que viram negócios

Dentro desses espaços exclusivos, negócios fluem naturalmente. Rodadas de investimento são iniciadas em almoços informais. Parcerias criativas surgem entre drinks e painéis culturais. Embora os clubes não revelem transações, é conhecido que family offices, investidores anjo e executivos da indústria criativa frequentam os mesmos ambientes — criando um ecossistema de oportunidade que poucas conferências ou feiras tradicionais conseguem replicar.

O novo luxo é contexto

Viajar hoje, para a nova elite, não é apenas sobre destino — é sobre acesso e pertencimento. Clubes como Aman Club, em Nova York tem uma taxa de adesão que, em si, já é seletiva. Há ainda uma taxa anual de US$ 15 mil para super-ricos que querem manter a experiência ultra luxuosa em suas rotinas.

O Core Club por sua vez eleva esse conceito com unidades em resorts remotos, centros urbanos e até mesmo ilhas privadas. Eles transformam a estadia em vivência, e a estadia em capital social. Em Milão, o custo de associação de 5 mil a 100 mil euros, com uma taxa anual adicional de 5 mil euros.

Core Club

Core Club, na Quinta Avenida, em Nova York 

Para quem pode pagar — e mais importante, para quem pode entrar — os milhares de dólares de anuidade não são gastos, mas investimentos em experiências que ampliam horizontes e redes de influência.

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