Trilhas e tradições
Quatro experiências para descobrir um Belize além do óbvio
Por Paulla Pinheiro - Em 12/08/2025 às 12:01 AM

Parque Nacional Billy Barquedier – Crédito: Belize Tourism Board
Belize, na América Central, guarda muito mais do que praias ensolaradas, recifes de coral e ruínas maias. Por trás do imaginário turístico, o país revela vivências que convidam o visitante a cruzar o limite do roteiro tradicional — de encontros com pescadores artesanais a imersões em comunidades históricas e desafios que testam corpo e mente. É uma viagem para quem busca sentido em cada passo, e não apenas mais um carimbo no passaporte.
Em Sarteneja, um vilarejo costeiro, o dia começa ao nascer do sol, embarcando com pescadores que conhecem cada recorte da costa. Entre redes e armadilhas em forma de arraia, herança de gerações, aprende-se sobre pesca sustentável e sobre a relação quase familiar que essa comunidade mantém com o mar. O almoço, claro, é o próprio resultado da pescaria — preparado lado a lado com as famílias que recebem o visitante como um dos seus. A parada final, no sítio arqueológico de Santa Rita, conecta passado e presente em um só passeio.
Indian Creek, no distrito de Orange Walk, é um retrato vivo de tradições que resistem ao tempo. Os menonitas, de origem alemã, mantêm o ritmo da vida longe da pressa contemporânea, produzindo o próprio alimento e construindo com as próprias mãos. A visita, feita em charrete, percorre escolas, oficinas e casas, terminando com um almoço tradicional.
A experiência Black Hole Drop, em Actun Loch Tunich, não é para os indecisos. Depois de uma caminhada intensa pelas montanhas Maya, chega-se à borda de uma dolina que despenca 91 metros até a copa das árvores. O rapel, guiado por instrutores experientes, é pura adrenalina: as paredes rochosas, o vazio sob os pés e o silêncio da floresta sendo quebrado apenas pelo som do próprio fôlego. Lá embaixo, a sensação não é de chegada, mas de conquista.
No Parque Nacional Billy Barquedier, a trilha serpenteia pela mata até revelar a cachoeira que despenca das montanhas. Um banho na piscina natural aos pés da queda d’água encerra a caminhada com a calma de quem encontrou um recanto só seu. É a prova de que, mesmo em um país repleto de aventuras, a serenidade também é um luxo.
Belize é, antes de tudo, um convite a viver de forma mais intensa. Seja cozinhando com pescadores, trocando histórias com menonitas ou descendo um penhasco de 90 metros, o que fica são as histórias que ultrapassam qualquer cartão-postal. Do Brasil, há voos via Panamá com a Copa Airlines; dos Estados Unidos, companhias como American Airlines, United e Delta oferecem conexões estratégicas. Afinal, o difícil não é chegar — é querer voltar.
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